As diretrizes que Jair Bolsonaro determinará
para a área da Educação devem seguir um viés conservador, em oposição à agenda
progressista implementada ao longo dos últimos anos em que o país foi
administrado pelo Partido dos Trabalhadores, e algumas declarações do
presidente eleito indicam que essa área receberá prioridade.
A grande
base de apoio popular de Bolsonaro é, quase que em sua totalidade, favorável ao
projeto Escola sem Partido, que determina a afixação de cartazes em salas de
aula conscientizando os alunos de que a atuação dos professores deve ser
imparcial. Essa medida impediria a doutrinação ideológica, seja à esquerda ou à
direita.
“Tão mais grave que a corrupção é a questão
ideológica no Brasil, que está muito arraigada por parte de alguns aqui em
nossa pátria e você tem que lutar contra isso. Até a própria prova do ENEM. É
um vexame você ver o que é uma prova do ENEM, o que mede conhecimento, por
exemplo, essa primeira parte realizada no domingo passado, ou seja, uma
doutrinação exacerbada”, disse Bolsonaro em entrevista ao jornalista José Luiz
Datena, da Band, na última segunda-feira, 05
de novembro.
De acordo
com informações do jornal Extra, as lideranças evangélicas
veem como fundamental o Ministério da Educação, que ainda não teve um nome indicado
pelo presidente. Um dos mais próximos de Bolsonaro, o pastor Silas Malafaia
defende que ao longo do próximo governo, o MEC tem que “varrer
da educação brasileira a ideologia esquerdista”.
Ao mesmo
tempo em que a fala do pastor registra indignação com a aguda militância de
esquerda, soa também como um recado ao presidente. “Malafaia tem dito que o
presidente eleito se comprometeu a indicar um nome com este perfil. Para
lideranças religiosas que apoiaram Bolsonaro, além do novo ministro da
Educação, o apoio do governo a pautas como a Escola Sem Partido poderá manter o
vínculo do presidente eleito com este eleitorado”, pontuou o Extra.
Relevância
Os
evangélicos foram primordiais para a vitória de Jair Bolsonaro, como comprova
um cruzamento de dados do segundo turno das eleições com os dados do Censo 2010
sobre religião. Nas cidades onde há mais evangélicos, o capitão do Exército
obteve maior votação.
O
eleitorado, que costumava se fracionar em torno de candidaturas amplamente
distintas entre si, decidiu majoritariamente se juntar às bandeiras que
Bolsonaro defende há anos. Nas 32 cidades com maioria protestante, por exemplo,
o presidente eleito recebeu 74,26% dos votos.
Em cidades
onde a população evangélico varia entre 40% e 40%, Bolsonaro teve média de
64,2% dos votos. Em comparação, nos 1.416 municípios onde os fiéis evangélicos
somam menos de 10% da população, o capitão do Exército teve apenas 28,07% dos
votos, contra 71,93% recebidos por Fernando Haddad (PT).
Ciente de
que sua eleição não seria possível sem o eleitorado evangélico, Bolsonaro deu
simbolismo a seu primeiro compromisso público após o anúncio da vitória, e
visitou o templo sede da Assembleia de Deus Vitória em Cristo na terça-feira,
30 de outubro, e no domingo seguinte, 04 de novembro, foi ao culto da Igreja
Batista Atitude, onde sua esposa é membro.
Fonte: Gospel mais
Nenhum comentário:
Postar um comentário