Uma pesquisa com cerca de 550 pessoas indica que a crise econômica vem provocando mudanças nas relações pessoais e no consumo dos brasileiros.
Durante o momento econômico ruim, os laços familiares ficam mais fortes; as compras por impulso perdem espaço para as de itens essenciais; os produtos usados ou feitos por conhecidos ficam mais importantes e as saídas para confraternizar com amigos são trocadas por eventos em casa.
Durante o momento econômico ruim, os laços familiares ficam mais fortes; as compras por impulso perdem espaço para as de itens essenciais; os produtos usados ou feitos por conhecidos ficam mais importantes e as saídas para confraternizar com amigos são trocadas por eventos em casa.
As conclusões fazem parte de
levantamento da agência Dim&Canzian sobre valores durante a crise,
feito a partir de 53 entrevistas presenciais em Estados das cinco regiões do
país e de 500 questionários respondidos pela internet.
Samantha
Barbieri, diretora de planejamento e pesquisa da agência, explica que a
companhia decidiu apontar como conclusões de seu estudo apenas os pontos com os
quais ao menos 80% dos entrevistados concordaram, para destacar somente
afirmações com grande aceitação entre os consumidores.
Segundo ela, a
crise é um gatilho para transformação de valores e comportamentos:
"As pessoas
estavam consumindo demais. Quando foi preciso apertar o cinto, não deu mais
para o pai sair com os amigos com a mesma frequência de antes, o filho não pôde
comprar o vídeo-game que queria, por isso todos tiveram de se voltar para sua
intimidade, para a família."
Barbieri diz que
a economia ruim faz surgir oportunidades de mercado para novas empresas, como
Airbnb, Uber e tecnologias para realização de serviços financeiros (como Nubank
e GuiaBolso).
"As pessoas
ficam mais abertas a experimentar, a buscar alternativas mais conscientes.
Estamos vendo marcas novas surgindo e, rapidamente, valendo milhões de
dólares."
TRANSPARÊNCIA
Outra conclusão
do estudo, unanimidade entre os consumidores consultados, é que eles querem
marcas que se relacionem com os clientes de maneira mais transparente.
Barbieri vê na
afirmação paralelo entre o momento conturbado na política brasileira, em que as
denúncias fartas de corrupção tornam a transparência um valor ainda mais
desejado.
"As marcas,
em geral, fazem coisas mirabolantes para conquistar a atenção dos consumidores,
enquanto o que eles querem, na verdade, é conseguir interagir com elas. Ninguém
mais aguenta centrais de atendimento que não dão respostas transparentes, não
assumem seus erros", diz Barbieri.
Fonte: Folha Online - 21/12/2016
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