por
NATUZA NERY e FLÁVIO FERREIRA
O
Tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, foi preso nesta quarta-feira (15) pela
Polícia Federal em sua casa, em São Paulo. Secretário de Finanças do partido, o
petista nega envolvimento no esquema de corrupção que atingiu a Petrobras nos
últimos anos.
Vaccari
vai ser deslocado pela polícia para a sede da PF em Curitiba, que conduz as
investigações. Segundo a Folha apurou, Vaccari estava tranquilo no momento da
prisão.
A
nova etapa da Operação Lava Jato cumpriu também mandado de prisão temporária
contra Marice Correia de Lima –além de mandado de busca e apreensão na casa
dela–, cunhada de Vaccari, e de condução coercitiva (quando a pessoa é levada
obrigatoriamente para depor) de Giselda Rose de Lima, mulher do tesoureiro.
Segundo
depoimento do doleiro Alberto Youssef, R$ 400 mil desviados pelo esquema de
corrupção na Petrobras foram depositados na conta de Giselda, em 2008.
Na
última sexta-feira (9), Vaccari foi ouvido pela CPI da Petrobras na Câmara dos
Deputados. No depoimento, defendeu as doações que o partido recebeu de empresas
investigadas pela Lava Jato e admitiu ter se encontrado com operadores do
esquema de corrupção descoberto na estatal, mas evitou explicar os contatos.
Ele
havia obtido uma liminar na Justiça que o desobrigava de falar a verdade, para não
produzir provas contra si.
SUSPEITA
As
doações ao PT estão sob suspeita porque, segundo o Ministério Público Federal,
foram uma forma de pagamento da propina que empresas deviam ao PT para manter
contratos com a Petrobras.
Delatores
da Lava Jato afirmaram que Vaccari era encarregado de recolher propina cobrada
pela diretoria de Serviços da Petrobras. O diretor na época era Renato Duque,
que tinha o ex-gerente Pedro Barusco como subordinado.
Barusco,
que decidiu colaborar com as investigações, disse que parte da propina ficava
com ele e outra parte ia para o PT. Em depoimento à CPI da Petrobras, o
ex-gerente disse que ele e Duque se reuniam com Vaccari em hotéis para tratar
da propina.
Logo
após O depoimento de Barusco, a secretaria de Finanças do PT divulgou nota
contestando as acusações do ex-gerente da Petrobras. Na nota, o PT afirmou que
"Barusco não apresentou nenhuma prova ou mesmo indício que ligavam
secretário João Vaccari Neto ao recebimento de propinas".
Dizia
ainda que Barusco é um delator que "busca agora o perdão judicial
envolvendo outras pessoas em seus malfeitos".
Fonte:
Folha Online - 15/04/2015
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