03 janeiro 2015

‘Posso não entender de esporte, mas entendo de gente’, diz novo ministro

George Hilton coloca como prioridade prorrogação da Lei de Incentivo ao Esporte, que vence em 2015
BRASÍLIA- O novo ministro do Esporte, George Hilton, assumiu o cargo nesta sexta-feira com um discurso prometendo colocar a gestão e a política a favor da pasta. Ele afirmou ter apoiado propostas da área, admitiu o pouco conhecimento sobre a área e afirmou que com diálogo vai superar as dificuldades.
— Posso não entender profundamente de esporte, mas entendo de gente. Eu entendo de gente. Eu sei ouvir, sei dialogar, sei criar convergências entre opostos, usarei a capacidade de gestão e a política em favor do esporte brasileiro, com toda a minha energia — afirmou.
Apesar da manifestação de que estava disposto ao diálogo, o ministro recusou-se a dar entrevistas após receber o cargo e ficou em uma sala reservada recebendo cumprimentos dos convidados. Na transmissão de cargo havia apenas um atleta de alto rendimento, Emanuel, do vôlei de praia. Ele é casado com Leila, ex-jogadora de vôlei, filiada ao PRB do ministro Hilton e secretária de Esportes do Distrito Federal. Na platéia basicamente políticos, funcionários da pasta e cartolas de diversas confederações esportivas.

Em um discurso de 50 minutos, Hilton disse que chega na pasta para somar e que está disposto a ouvir sugestões “independente” de onde venham. Fez acenos ao movimento dos jogadores de futebol Bom Senso FC, mas ignorou o grupo Atletas pela Cidadania, que já fez ataque a sua nomeação. Afirmou ainda estar disposto a dialogar com a imprensa esportiva e disse saber com as críticas.
— Respeito a critica, as criticas não me abatem, me impulsionam a empurrar a mim mesmo a realizar proezas — disse.
O novo ministro disse que uma prioridade será trabalhar no Congresso pela prorrogação da Lei de Incentivo ao Esporte, que vence em 2015. Essa lei permite a empresas deduzirem do imposto de renda recursos aplicado na área, sobretudo na base. Hilton disse que pretende ampliar parcerias com o Ministério da Educação para incentivar cada vez mais o esporte educacional.
Sobre as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, afirmou que serão os melhores jogos de todos os tempos e que espera como efeito positivo de legado a influência nos jovens para a prática de esportes.
O ministro Aldo Rebelo, que sai do Esporte para comandar Ciência e Tecnologia, fez um balanço positivo de sua gestão e usou a parábola bíblica dos talentos para desejar que o sucessor consiga ampliar as conquistas da pasta.
Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, minimizou a falta de experiência de Hilton na área e afirmou que a comunidade esportiva está disposta a ajudá-lo.

- Ele vai ser avaliado pelo que vai fazer daqui para frente e não pelo que fez até hoje - afirmou.

Por Eduardo Brescian

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