Por conta do isolamento social causado pela pandemia há quase dois anos, o cotidiano de diversas pessoas mudou de forma considerável. Desde atividades de lazer aos estudos e trabalho, os ambientes presenciais foram substituídos pelas telas. E seja no computador, celular, tablet ou leitores digitais, o consumo e a exposição levam os usuários a ficarem praticamente o dia todo conectados.
O doutor em psicologia e professor da Universidade Tiradentes, Diogo Araújo, afirma que esse excesso pode gerar, além de problemas na visão, graves alterações psicológicas. “A sobrecarga de tela pode gerar uma elevação muito grande dos sintomas de ansiedade e estresse associados ao uso dos aparelhos eletrônicos. Com a pandemia, a atuação em home office para estudos e trabalho levou muitos alunos e profissionais a aumentarem exponencialmente o tempo que passam em frente ao celular ou computador”, explica Diogo.
Além disso, a vida social de muitas pessoas está atrelada aos eletrônicos, pois, diversos ambientes de convivência ficaram restritos por conta das regras de isolamento social. Também levando em conta que muitas pessoas utilizam os aparelhos para momentos de lazer na hora de ver um filme, séries, jogos ou até ler um livro, o que já era considerado excessivo antes da pandemia, se tornou ainda maior. “Com esse novo contexto se tornou ainda mais por adicionar o elemento do trabalho/estudo na conta. Além disso, considerando que nos momentos de maior pico de isolamento e distanciamento social, até mesmo reuniões de amigos, chás de fralda, batizados, aniversários, chás de revelação, tudo era feito por aplicativos como esses ou por lives”, reitera.
Para exemplificar, Diogo relembra o sucesso das lives musicais no começo da pandemia que diminuíram bastante nos tempos atuais por conta da saturação de tantos eventos virtuais. Quando se fala em fadiga de quarentena, fadiga de tela, fadiga de zoom, todas essas novas expressões, na verdade se fala em um cansaço associado a uma superexposição ao ambiente virtual. Esse cansaço aparece em indícios físicos, cognitivos, emocionais e comportamentais”.
Sintomas físicos como cansaço nos olhos, dores de cabeça, pescoço e coluna se misturam com altos níveis de estresse, ansiedade, preocupações e oscilações de humor. Para muitas pessoas, é difícil se desligar do mundo virtual ao mesmo tempo que as tarefas de dentro de casa se multiplicam, e isso acarreta no desenvolvimento de síndromes ligadas ao esgotamento mental como a Síndrome de Burnout. Essa síndrome é considerada um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastantes.
“Em longo prazo, psicologicamente falando, o problema dessa superexposição pode ser o desenvolvimento de transtornos de ansiedade, transtornos de estresse e transtornos de humor. Além disso, profissionais da saúde física certamente irão destacar as consequências negativas por conta do tempo nos aparelhos eletrônicos. Para combater essas possíveis malefícios, é importante estabelecer uma rotina fixa de trabalho e estudo, priorizar atividades de lazer “offline”, realizar acompanhamento psicológico, e trabalhar dentro das empresas, colégios e universidades, políticas que cuidem desses excessos, para que não arquem depois com profissionais e estudantes adoecidos”, reflete Bruno.
Do Imprensa24 horas /Assessoria de Imprensa | Unit
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