A participação dos evangélicos
na política brasileira se tornou fundamental para a eleição do próximo
Presidente da República, assim como diversos outros até então candidatos que,
cientes da preocupação com a chamada “agenda moral” defendida por esse
segmento, decidiram defender suas pautas, obtendo sucesso nessa estratégia.
Essa não é uma realidade apenas no Brasil, mas em toda a América
Latina. Visando discutir um pouco mais esse contexto, o pesquisador, cientista
político e sociólogo José Luis Pérez Guadalupe, natural do Peru, esteve em
Berlim para o lançamento da obra “Evangélicos y poder en América Latina”, uma
coletânea ligada ao partido alemão União Democrata-Cristã (CDU).
“Brasil foi o país onde houve o maior avanço dos evangélicos na
política, mas que não chega a se desdobrar em sua plenitude em
relação ao peso deles na sociedade. Porque temos cerca de 30% de evangélicos no
Brasil e nas últimas eleições eles alcançaram cerca de 15% de representação na
Câmara dos Deputados”, disse Guadalupe.
O pesquisador destacou o crescimento numérico da
participação evangélica na política, comparada a de outros países, revelando
que houve um poder maior de articulação do segmento em terras brasileiras.
“Os evangélicos avançaram numericamente.
Politicamente, eles conseguiram avançar mais do que na América Central, que tem
quatro países com cerca de 40% de população evangélica”, disse ele em uma
entrevista para o DW.
Uma crítica controversa de
Guadalupe é sobre o que ele considera a falta de “um pensamento homogêneo”
entre os evangélicos brasileiros, no tocante ao pensamento político.
Por outro lado, é justamente a valorização da diversidade de
pensamento que os evangélicos brasileiros se ergueram para defender, contrastando
a tentativa de outros grupos de querer monopolizar o discurso político,
notadamente a esquerda.
“Não há um pensamento homogêneo dos evangélicos, não há um
pensamento político, mas um que vai seguindo conforme as circunstâncias”, disse
ele.
Fonte: Gospel
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