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O dono da empreiteira UTC,
Ricardo Pessoa, será ouvido pela Justiça Eleitoral para esclarecer se a
campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff no ano passado foi
beneficiada pelo esquema de corrupção e cartel na Petrobras.
Pessoa é um dos delatores da Operação Lava Jato e disse em
depoimento à Procuradoria-Geral da República que repassou R$ 750 mil ao
tesoureiro da campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010, José de Filippi,
e outros R$ 2,9 milhões ao ex-tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, que
está preso preventivamente.
Ele entregou uma planilha intitulada "pagamentos ao PT por
caixa dois" em que relaciona os dois petistas ao repasse de 3,6 milhões
entre 2010 e 2014.
A oitiva de Pessoa foi autorizada no dia 23 pelo
corregedor-geral eleitoral João Otávio de Noronha, que é relator no Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) de uma ação de investigação judicial eleitoral da
campanha à reeleição de Dilma em 2014. A ação foi protocolada no TSE em
dezembro de 2014 a pedido da coligação pela qual o senador Aécio Neves disputou
as eleições presidenciais, liderada pelo PSDB, e pede apuração de "abuso
do poder econômico e político" e "obtenção de recursos de forma
ilícita" da campanha petista.
O empreiteiro será ouvido após citar repasses para o PT e por ter
sido mencionado por outras testemunhas da investigação eleitoral. Na planilha
que Pessoa entregou aos investigadores são citados também os ministros da
Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, da Casa Civil, Aloizio
Mercadante. Pessoa será chamado a esclarecer um suposto beneficiamento da
campanha de Dilma pelo esquema que desvio recursos da Petrobras.
O acordo de delação firmado por Pessoa com a Procuradoria-Geral
da República foi homologado na quinta-feira passada pelo ministro Teori
Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. A contribuição
premiada poderá ser usada para reforçar indícios de participação dos suspeitos
no esquema ou ainda para a abertura de novos inquéritos.
O depoimento de Pessoa está marcado para o dia 14 de julho no
Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo. O empreiteiro reside na capital
paulista, onde cumpre prisão domiciliar determinada pelo Supremo Tribunal
Federal. Com informações do Estadão Conteúdo.
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