O
futuro da igreja cristã passa pela internet. Essa é uma das conclusões
possíveis a partir de uma pesquisa realizada pelo Instituto Barna com pastores
evangélicos nos Estados Unidos.
O
levantamento demonstrou que vem crescendo a influência da rede mundial de
computadores na forma como os pastores conduzem suas igrejas e preparam os
sermões.
Em
comparação com a última pesquisa desse tipo feita pelo mesmo instituto, no ano
2000, muitas coisas mudaram. Hoje, 13% dos pastores entende que a internet vem
sendo usada para “espalhar heresias e distorcer o cristianismo”, mas possui
potencial para “espalhar o cristianismo autêntico”. Há 15 anos, esse número era
de 17%.
Para
a maioria dos pastores, 55%, as igrejas precisam possuir um site com conteúdo
relevante para ter um desempenho significativo. Uma década e meia atrás esse
número era de apenas 26%.
A
disponibilização de textos, MP3, vídeos e outros materiais para download gratuito é vista por 55% dos pastores
como uma boa forma de investimento dos recursos da igreja. No ano 2000, apenas
31% pensava dessa maneira.
As
pesquisas do Instituto Barna sobre as tendências das igrejas norte-americana
geralmente são vistas por especialistas como uma forma de antecipar o que
acontecerá na maioria das denominações ao redor do mundo, mesmo que os eventos
sejam separados por anos ou décadas. No Brasil, já existem denominações que
transmitem seus cultos ao vivo pela internet e disponibilizam o conteúdo para
acesso em seus sites.
O
surgimento das redes sociais na internet, a popularização dos smartphones e tablets e a
inclusão digital foram fatores importantes na mudança da visão dos pastores a
respeito do uso das ferramentas online.
Atualmente,
47% dos pastores acredita que a tendência é que cresça o número de pessoas que
manterão contato com a fé apenas através da internet nos próximos anos. Nesse
contexto, 11% dos líderes evangélicos acreditam que é inevitável que isso se
transforme em realidade, enquanto que 17% acreditam que isso jamais acontecerá.
Porém, há 15 anos, o número de pastores que acreditava ser impossível que as
igrejas tivessem frequentadores online era de 26%.
Analisando
essa questão a partir da visão teológica, 89% dos pastores entrevistados
acreditam que não há problema nisso. Eles acreditam que é “teologicamente
aceitável” que as pessoas busquem “assistência à fé” através da internet. No
ano 2000, a maioria era o exato oposto: 78% acreditavam ser inaceitável a
partir do ponto de vista teológico que existisse uma espécie de comunhão
online.
Uma
amostra disso é o fato de 39% ter admitido que, de alguma maneira, eles
próprios já fizeram isso em algum momento. Há 15 anos, apenas 15% dos
entrevistados admitiam usar a internet para a edificação espiritual pessoal.
“Pastores e líderes de igrejas cada vez mais
percebem o quanto do seu ministério real agora acontece online… Além disso, a
maioria dos líderes conhecem o potencial de ligação contínua com os
membros e visitantes através da Internet. Podcasts, mídias sociais, blogs,
perguntas e debates sobre o sermão e até mesmo pedidos de oração da
comunidade. Não importa o tamanho da igreja, a Internet tornou-se e vai
continuar sendo uma ferramenta vital para a divulgação do evangelho e até mesmo
na formação espiritual”, afirmou Roxanne Stone, vice-presidente do Instituto
Barna, segundo informações da Cristianismo Hoje.
Ela
pondera, no entanto, que as igrejas dificilmente se permitirão abandonar os
espaços físicos, pois a essência dos ministérios continua sendo a reunião em
grupo: “Grande parte do trabalho de um pastor é focado na presença: a presença
de uma comunidade de crentes, a presença na comunhão [ceia], presença no
serviço dos outros, a presença na oração e adoração comunitária. A Internet
pode oferecer um complemento importante e acessível a estas atividades físicas,
mas os pastores não estão preparados para admitir que elas podem substituir
totalmente a experiência no mundo real”, concluiu Stone.
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