Consultores
dizem o que pega mal na conversa com o entrevistador
O sucesso de uma entrevista de emprego pode depender de alguns detalhes. Uns
pequenos, outros nem tanto assim. Uma roupa mal escolhida, uma frase dita fora
de hora… Para ajudar você a ser melhor sucedido nas próximas seleções, o Universiaconsultou
diversos especialistas em recrutamento e seleção que falaram, afinal, o que põe
tudo a perder quando você está frente a frente com o entrevistador. Confira os
dez erros fatais na entrevista de emprego!
I - Chegar atrasado
“Chegar atrasado numa entrevista,
além de desorganização, demonstra que o candidato não está dando o devido valor
à entrevista. A displicência com o horário mostra que você não priorizou tal
compromisso em sua agenda. Além disso, fazer uma pessoa esperar é falta de
respeito. Tempo é um recurso escasso, logo, deve ser bem aproveitado. Caso
você, por algum motivo, atrase na entrevista, informe imediatamente o
entrevistador. Verifique se é possível passar um candidato na sua frente, ou,
se necessário, remarque a entrevista. Se você chegou no horário, mas tem
compromisso para mais tarde o ideal é avisar o entrevistador de antemão. Não
faça a entrevista na correria para não se sentir pressionado. Isso pode
prejudicar seu desempenho.” Wander Mendes, professor e
consultor na área de Gestão de Pessoas e Planejamento Estratégico da FGV-PR
(Fundação Getúlio Vargas do Paraná).
II - Usar roupas informais demais
“Hoje em dia, os jovens são muito
despojados. Na faculdade, não há nada de mal nisso. Agora, para a entrevista de
emprego, não custa melhorar um pouco o visual. Isso não quer dizer que todo
candidato a estágio ou jovem recém-formado deva vestir terno e gravata ou, no
caso das meninas, tailer e scarpin. ? preciso saber escolher a roupa e adequar
o vestuário a cada tipo de empresa. Uma agência de publicidade, por exemplo,
permite um visual mais informal. Agora, se a entrevista é para uma instituição
financeira, é óbvio que o candidato terá de seguir a regra básica: esporte
fino. Lembre-se: o que deve prender a atenção do entrevistador é o seu conteúdo
e não a ‘embalagem’, portanto, jamais vá para a entrevista de chinelo, regata,
roupa decotada, barriga aparecendo, saia curta ou short.” Marisa Silva, consultora de Recursos Humanos da Career Center
III - Não saber nada sobre a empresa ou o setor
“? muito comum que os candidatos partam para a entrevista de emprego sem
saber sobre a empresa em questão ou sobre o setor em que ela está inserida,
quando na verdade, ele deveria estar munido do maior número de informações
possível. Se a empresa de recrutamento não divulgar qual é a companhia que está
em busca de candidatos, ela deverá, ao menos, informar sobre o setor. Tem mais
chance de sucesso o candidato que sabe se posicionar na entrevista porque
domina o assunto trabalho, em detrimento daquele que não se deu ao trabalho de
pesquisar mais sobre a empresa em questão. Sempre repito isso para meus alunos:
informação nunca é demais.” Jaqueline Mascarenhas, consultora de
carreira do Ibmec Minas Gerais
IV - Expressar-se mal, com
gírias e frases sem sentido
“O discurso mais adequado para
uma entrevista é aquele em que o candidato consegue ser objetivo, responder as
perguntas do entrevistador, expor seu ponto de vista quando é convidado a fazer
isso e perguntar, com tato, detalhes sobre a vaga. No meio do caminho, porém, é
muito comum que os candidatos façam uso de gírias e regionalismos na hora de
tirar suas dúvidas. O linguajar é um detalhe importante, dependendo das
expressões utilizadas, o discurso demonstra certa imaturidade do candidato. O
ideal é responder as perguntas com calma, ter tempo para pensar e expor suas
idéias com tranqüilidade. Este, aliás, é outro problema grave de muitos
discursos. Tem candidato que fica tão nervoso na hora da entrevista que dispara
a falar e quando percebe já mudou de assunto e não respondeu a pergunta do
entrevistador. Isso é muito ruim, já que o ritmo da entrevista é um fator
importante.” Marco Túlio Rodrigues Costa, professor de Aspectos Comportamentais
?ticos de Gestão de Pessoas da FGV-BH (Fundação Getúlio Vargas de Belo
Horizonte)
V - Mentir
sobre suas qualificações
“Mentir na entrevista é o mesmo
que dar corda para se enforcar. Inventar cursos, referências e pequenos
sucessos colocam o candidato numa situação vulnerável porque, caso seja
contratado, terá de sustentar essa inverdade por muito tempo. E como diz o
ditado: mentira tem perna curta, hora ou outra seu deslize será descoberto. Aí
o prejuízo será bem maior. Uma vez que seu superior descobrir que você não tem
as habilidades destacadas na entrevista, perceberá que seu perfil não atende às
necessidades da empresa, e mais, que errou ao apostar em sua seleção. Ao ser
contratado, o indivíduo precisa ter claro que convenceu o recrutador de possuir
determinadas competências. Ao mentir, não só estará provando que não as tem
como atestará sua falta de caráter ao faltar com a verdade. Isso deixará o
recrutador descontente duas vezes e poderá resultar em demissão comprometendo,
inclusive, futuras recomendações.” Gustavo G. Boog, diretor da
Boog Consultoria
VI - Falar mal
do emprego ou do chefe anterior
“Mesmo que esteja com raiva da
empresa ou do chefe antigo, jamais fale mal deles na entrevista de emprego.
Essa atitude é vista com maus olhos por 99,9% dos recrutadores. Na entrevista
de emprego, o recrutador não está interessado em ficar por dentro de ‘pendengas’
cujas pessoas e razões ele simplesmente desconhece. Seu objetivo é investigar
de que maneira seu perfil profissional e suas qualificações poderão ser úteis
para a empresa. Caso você vá logo partindo para o discurso de que estava
infeliz no emprego anterior porque seu chefe o perseguia, além de desviar o
foco da entrevista, estará levantando questões que podem levar o recrutador a
repensar sua contratação. Afinal, numa situação de conflito, é preciso avaliar
a parcela de culpa de ambas as partes. Além disso, falar mal da empresa ou do
antigo chefe revela uma postura antiética de sua parte, pois se tratam de
segredos e detalhes de um negócio do qual você não faz mais parte. Mas,
atenção: isso não quer dizer que você deva mentir, e sim, contornar a situação.
Uma boa saída é dizer que saiu da empresa por estar em busca de novos desafios
profissionais.” Maria Bernadete Pupo, gerente
de Recursos Humanos da Unifeo e professora da FAC FITO
VII - Disputar
espaço que o entrevistador
“Para disfarçar o nervosismo, tem
muita gente que acaba partindo para o ataque e disputando espaço com o
recrutador durante a entrevista. Para driblar a insegurança, ele acaba querendo
fazer pose de sabido a fim de triunfar sobre o recrutador. Isso tudo, porém, é
muito mais que previsível para quem trabalha com Recursos Humanos. Aí, das duas
uma: ou você perde a vaga porque o recrutador percebe sua insegurança por meio
de uma postura imatura de quem está na defensiva, ou acaba sendo eliminado pela
prepotência e o excesso de arrogância que esse comportamento demonstra. Por isso,
não entre numa disputa direta com o recrutador. Espere, escute e, aí sim, faça
suas considerações, sempre com humildade.” Mariá Giuliese, diretora-executiva da Lens Minarelli e
especialista em análise e aconselhamento de carreira
VIII - Vangloriar-se
de suas conquistas pessoais
“Na hora de ‘vender seu peixe’
ponha o ego de lado e não em primeiro lugar. O discurso não pode estar recheado
de “eu fiz”; “eu consegui”; “eu conquistei”; e “eu realizei”. Quando você
coloca todas as conquistas em primeira pessoa pode soar presunçoso para o
entrevistador. Até porque, na maior parte das empresas, os projetos e as
realizações não são fruto do trabalho individual, mas sim, de uma equipe. Na
hora de destacar seus feitos, procure valorizar sua participação em um projeto
de sucesso implementado por uma equipe, e a partir disso, destaque como foi sua
atuação para que ele fosse bem-sucedido. Lembre-se: egocentrismo não é uma
característica admirada pelos contratantes. Para não cair nessa, vale treinar
na frente do espelho. Olho no olho, com segurança no discurso. Um pouco de bom
humor também ajuda. Existe uma tese que diz: quando você sorri, se desarma
internamente e se torna mais receptivo.” Irene Ferreira Azevedo, professora de Liderança da BBS (Brazilian
Business School)
IX - Não
perguntar nada durante a entrevista
“Não é porque você está fazendo
uma entrevista que sua participação na conversa deve se limitar a responder o
que o entrevistador pergunta. Por timidez ou insegurança, muita gente sai com
dúvida da entrevista e isso é ruim. Caso o recrutador não mencione, é sua
obrigação perguntar detalhes sobre a rotina de trabalho e benefícios. Porém,
isso não significa que você deve incorporar o perguntador chato. Caso a
explicação sobre a vaga não tenha sido suficiente para esclarecer suas dúvidas,
pergunte com bastante delicadeza novamente: ‘Desculpe-me, não ficou muito claro
para mim’. Agora, se mesmo assim restarem dúvidas, deixe para outra ocasião.
Perguntar sobre o salário não é uma coisa ruim, desde que você não se preocupe
só em saber quanto será a remuneração. Procure se informar sobre outros
detalhes para não mostrar que está interessado só no dinheiro.” Cristiane Cortez, consultora de carreira do IBTA Carreiras
X - Demonstrar
desequilíbrio emocional
“Não é segredo para ninguém que o
nervosismo pode atrapalhar, e muito, nos momentos decisivos. Na entrevista de
emprego não poderia ser diferente. O candidato pode até ter o perfil ideal para
a vaga, mas se deixar a tensão dominá-lo no momento em que precisa deixar claro
suas qualificações, sua chance pode ir por água abaixo. O desequilíbrio
emocional demonstrado pela insegurança e o nervosismo pode dizer ao recrutador
que você não está pronto para assumir uma grande responsabilidade. Por isso,
evite cometer erros como: levar um acompanhante para esperá-lo após a
entrevista, inflar seu discurso com comentários negativos ou colocar-se em uma
posição de vítima frente adversidades. Se você tem um bom currículo e suas
características correspondem ao perfil da vaga, não há motivo para se
preocupar.” Priscila Lara, consultora de Recursos Humanos do Grupo Foco
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