Segundo diretor-geral da agência, se não for encontrada forma de aliviar as despesas das distribuidoras, empresas terão de subir tarifas
Romeu Rufino foi reconduzido ao cargo de diretor da Aneel
nesta quarta (Divulgação)
O
diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino,
afirmou nesta quarta-feira que muitas distribuidoras precisarão repassar o
custo elevado da energia no mercado livre aos consumidores, por meio de
reajustes na conta de luz já em agosto. O aumento pode ser evitado, segundo o
diretor, se o governo e as distribuidoras entrarem em acordo sobre como os
gastos recentes com a compra de energia de curto prazo serão
amortizados. Entre as empresas que podem ter mudanças em suas tarifas em
agosto estão a Celesc (SC), a CEB (DF) e a Celg (GO). "Aquilo que não
tiver uma solução via empréstimo ou qualquer outra fonte de recurso, será
refletido no processo tarifário“, disse Rufino a jornalistas, após ter sua recondução ao cargo de diretor-geral na Aneel aprovada
pela Comissão de Infraestrutura do Senado.
A energia consumida
pelas residências é proveniente de um mercado regulado pelo governo. As
distribuidoras, como a Eletropaulo, compram energia em leilões promovidos pela
Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que estabelece o preço a ser pago
por megawatt levando em conta as perspectivas de demanda das próprias
companhias. Diante da escassez, as distribuidoras tiveram de comprar energia no
mercado livre, que negocia contratos de curto prazo — mais caros e voláteis.
Anteriormente, tal mercado era frequentado apenas por grandes indústrias, como
as siderúrgicas e químicas, com consumo altíssimo de energia. Atualmente, é uma
das principais fontes de eletricidade das distribuidoras. Não fosse a
energia disponível nesse mercado, o país, hoje, estaria em situação de apagão.
Segundo Rufino, da
Aneel, um eventual novo empréstimo junto a bancos para cobrir os
gastos adicionais com a compra de energia é uma das alternativas, mas não a
única. Porém, ele não quis informar quais seriam as outras ideias.
O diretor-geral da
Aneel lembrou ainda que a agência reguladora adiou para o fim do mês de
julho a liquidação das dívidas das distribuidoras com a compra de energia
no mercado de curto prazo. O objetivo é ganhar tempo até que uma solução
seja aprovada junto ao governo. Mesmo assim, Rufino disse que a Aneel não
pode garantir quando sairá a solução. A questão vem sendo discutida há semanas
em Brasília, principalmente entre a agência e o Ministério da Fazenda.
Em abril, a Câmara de
Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), onde as liquidações dos
contratos de energia são feitas, assinou empréstimo de 11,2 bilhões de
reais junto a um sindicato de bancos para repassar às distribuidoras e adiar os
reajustes das contas de luz. A operação fazia parte de um pacote do governo
para o setor elétrico. Contudo, os recursos, que deveriam cobrir a exposição
das empresas até o fim do ano, terminaram em junho, diante
do elevado custos da energia gerada pelas usinas termelétricas,
e que tiveram de ser pagos pelas distribuidoras.
Do Veja.brasil.com
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