10 junho 2014

Mercado aposta em queda de Dilma em pesquisas e Bolsa sobe mais de 2%

Assim como no final da semana passada, o principal índice da Bolsa brasileira disparou mais de 2% nesta segunda-feira (9) com o mercado comprando a ideia de queda nas intenções de voto na presidente Dilma Rousseff (PT) em pesquisas eleitorais previstas para esta semana.

O Ibovespa subiu 2,15%, para 54.273 pontos. É a maior pontuação desde 14 de maio deste ano, quando ficou em 54.412 pontos –nível mais alto em 2014.

Mais uma vez as ações das estatais impulsionaram o índice: as ações preferenciais (sem direito a voto) da Petrobras ganharam 2,21%, enquanto o Banco do Brasil teve alta de 2,91% e os papéis preferenciais da Eletrobras avançaram 1,93%.

"O cenário está focado na eleição. Hoje, foram publicados novos dados da pesquisa Datafolha divulgada na semana passada, mostrando que a Dilma perde em São Paulo. É o maior colégio eleitoral do país, por isso o resultado alimenta expectativa de que a presidente continuará caindo nos próximos levantamentos", diz Leandro Ruschel, diretor da escola de investimentos Leandro & Stormer.

De acordo com o site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), está prevista para amanhã a divulgação de uma pesquisa do Ibope sobre a eleição presidencial de outubro, que foi contratada pela União dos Vereadores do Estado de São Paulo. Na quarta-feira, deve sair levantamento da Vox Opinião encomendado pela Editora Confiança.

Na sexta-feira passada, o Ibovespa já havia registrado forte ganho de 3,04% repercutindo a queda de três pontos percentuais de Dilma na pesquisa Datafolha, para 34%. 

Desde que começaram a ser divulgados levantamentos apontando perda de espaço da presidente na corrida pelo Planalto, em março, o mercado de ações nacional, que caía e acentuava a queda iniciada no ano anterior (de 15,5%), mudou de tendência. Agora, o Ibovespa já sobe 5,37% em 2014.

"Até o pleito, o mercado de ações nacional vai oscilar bastante por causa das pesquisas [eleitorais]", diz Pedro Galdi, analista-chefe da SLW Corretora. "A alta recente da Bovespa reflete claramente a vontade do mercado de troca de governo. Os investidores continuam insatisfeitos com o uso político das estatais", acrescenta Galdi, ressaltando que os fundamentos do país seguem deteriorados, como o fraco crescimento econômico e a inflação perto do teto da meta em 12 meses, de 6,5%.

As ações da Eletropaulo lideraram os ganhos do Ibovespa nesta segunda-feira, com alta expressiva de 7,37%. Em seguida, a Energias do Brasil subiu 6,71%. Começa amanhã o quarto ciclo de revisão tarifária para as distribuidoras de energia, com audiências públicas para discutir a metodologia de mudança nos preços.

Também tiveram alta os papéis da JBS, de 6,32%, após sua subsidiária americana Pilgrim′s Pride ter desistido de comprar a Hillshire Brands. A empresa enfrentava uma queda de braço com a Tyson Foods pela Hillshire, e a Tyson acabou levando o controle da fabricante de salsichas por US$ 63 por ação.

Das 71 ações que compõem o Ibovespa, 70 subiram e uma, a Brookfield Incorporações, fechou estável.

Câmbio

No câmbio, o dólar teve seu terceiro dia de alívio refletindo o otimismo dos investidores com as próximas pesquisas eleitorais. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, caiu 0,89% sobre o real, cotado em R$ 2,229 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, cedeu 0,84%, para R$ 2,231.

O Banco Central deu continuidade ao seu programa de intervenções no mercado financeiro, através do leilão de 4 mil contratos de swap (operação que equivale a uma venda futura de dólares) pelo total de US$ 199 milhões. A autoridade também promoveu um novo leilão para a rolagem de 10 mil contratos de swap que venceriam em 1º de julho, por US$ 494,3 milhões.

Fonte: Folha Online - 09/06/2014

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