Na última quinta feira (22) o Ministério
da Saúde (MS) oficializou, através da publicação da Portaria 415, o aborto em
hospitais do país. A lei, sancionada pela presidente Dilma Rousseff, tem por
objetivo autorizar o aborto para casos de estupro e de fetos anencéfalos. O
Sistema Único de Saúde (SUS) pagará R$ 443 pelo procedimento, que a portaria
define como “interrupção terapêutica do parto”.
De acordo com o
colunista Leonardo Mazzini, do UOL, apesar de a legislação ter um objetivo
específico, ela abre brechas para que qualquer mulher realize o procedimento.
Isso se dá porque a mulher que quiser realizar o procedimento não é obrigada a
apresentar Boletim de Ocorrência policial ao médico que a atender. Além disso,
ele afirma que “uma única vírgula no texto da portaria abre interpretações
jurídicas que podem causar a liberação do aborto sob qualquer motivação”.
O texto da
Portaria diz que o aborto previsto por ela “consiste em procedimento
direcionado a mulheres em que a interrupção da gestação é prevista em lei, por
ser decorrente de estupro, por acarretar risco de vida para a mulher ou por ser
gestação de anencéfalo”.
O alerta de
Mazzini é que, como a lei não é clara sobre se o procedimento deve ser imediato
logo após o estupro, “a mulher interessada em abortar pode alegar que foi
estuprada, mesmo que tenha semanas de gestação e tenha decidido não ter o
bebê”.
Em nota, o
Ministério da Saúde comentou a legislação, afirmando que a Portaria “não muda
as regras de assistência, no Sistema Único de Saúde, às mulheres em casos de
abortos previstos em lei, ou seja, quando não há outro meio de salvar a vida da
mãe, quando a gravidez resulta de estupro e nos casos de anencefalia”.
- A portaria estabelece o valor de R$
443,40 para a realização do aborto legal. Este valor inclui o pagamento de
equipe multiprofissional, formada por médico, psicólogo, enfermeiro, técnico em
enfermagem, assistente social e farmacêutico – explica o MS.
Segundo informações
do UOL, o projeto surgiu anos atrás, apresentado pela então deputada federal
Iara Bernardi (PT-SP), e no ano passado tornou-se o PLC 3/13, que foi aprovado
e sancionado.
Fonte: G+
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