Vermelhidão e coceira aparecem em 35% das notificações e queimaduras, em 8%
Por trás do forte apelo de consumo presente no mercado de cosméticos para a
busca da beleza de homens e mulheres podem estar escondidos alguns perigos para
a saúde. O alerta foi feito pela farmacêutica Rita de Cássia Dias, responsável
pelo Grupo de Vigilância Sanitária em Cosméticos.
“É importante certificar-se de que o produto tem procedência legal ou que seja
registrado no Ministério da Saúde por meio da Anvisa [Agência Nacional de
Vigilância Sanitária]”, diz a farmacêutica. Ela alerta que é preciso ter muito
cuidado para não cair na armadilha de produtos clandestinos em oferta, sem a
devida supervisão de profissionais especializados.
Rita de Cássia ressalta que o uso inadequado de alguns produtos, mesmo que
regulamentados, pode também trazer problemas para o consumidor. É o caso, por
exemplo, cremes utilizados sem orientação médica para descamação da pele à base
de ácido retinoico, que, segundo a farmacêutica, podem provocar até queimaduras
fortes de segundo grau.
Ela informou que irritações e alergias estão entre os principais efeitos do uso
inadequado de cosméticos apontados em 120 notificações analisadas pela
Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo. Reações como essas foram relatadas
por médicos, serviços de saúde e consumidores em 60% das notificações
registradas no Centro de Vigilância Sanitária.
Vermelhidão e coceira aparecem em 35% das notificações e queimaduras, em 8%.
Mais da metade (54%) dos problemas decorrentes do uso de cosméticos referem-se
a agressões à pele, aos olhos e a outras partes do corpo, incluindo cabelos e
unhas. Há registro também de reclamações contra alisantes e produtos para
hidratação e maciez dos cabelos; protetores solares, fraldas descartáveis,
desodorantes e cremes antirrugas e anticelulite.
"Foi possível perceber que as reações por cosméticos são causadas,
sobretudo, pelo livre acesso das pessoas aos produtos, pelo uso inadequado e/ou
precoce, pela mistura de diferentes apresentações e pela crença de que
cosméticos não fazem mal à saúde", destacou Rita de Cássia.
Segundo a Secretaria de Saúde, na maioria das notificações, não foram
detectados casos graves. Ainda assim, a farmacêutica aconselha os consumidores
a suspender o uso do produto, ao menor sinal de que ele esteja provocando
alguma reação no organismo. Se a pessoa notar um sintoma mais agressivo, deve
procurar imediatamente um médico.
Notificações para a Vigilância Sanitária podem ser feitas por meio do endereço
eletrônico www.cvs.saude.sp.gov.br.
Fonte: Consumidor RS
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