Um estudo
realizado por professores da Universidade de Warwik, do Reino Unido, e da
Universidade de Munique, da Alemanha, revelou que a probabilidade de suicídio é
maior entre evangélicos que entre católicos. Sascha Becker e Ludger Woessmann,
responsáveis pela pesquisa, tentam provar a relação de causalidade entre o
suicídio e o protestantismo.
A hipótese também
leva em consideração a escolha pela religião a seguir, que seria um fator
influente para cometer suicídio. Ao ser entrevistado, Sascha Becker argumentou
que mesmo os índices mostrando que a taxa de suicídios entre evangélicos, mas,
se analisado sob uma perspectiva religiosa a conclusão pode ser diversa. “As
pessoas podem dizer que se tornaram evangélicas para não cometer suicídio, é
claro, mas podem ter feito esta escolha por diversos outros motivos que estejam
de alguma forma correlacionada com um comportamento suicida.”, explicou o
professor.
O objetivo dos
pesquisadores era entender se havia causalidade entre as altas taxas de
suicídio e as conversões, desta forma observaram que as taxas de suicídio nas
regiões predominantemente evangélicas são três vezes maior que nas regiões
católicas, o que os levou à conclusão de que a religião exerce de fato
influência nas taxas de suicídio.
Becker e Woessmann
levantaram três hipóteses para tentar explicar o fenômeno. “A forma como
chegamos a trabalhar sobre esta questão, é que lemos sobre a tese de Durkheim,
que ressaltou como os evangélicos frequentemente têm uma religião mais
individualista que os católicos, que por sua vez dependem mais da
congregação como um grupo de apoio nos momentos de dificuldade. O fato é
que os evangélicos são mais individualistas que os católicos”, explicaram.
A segunda hipótese
está relacionada ao aspecto doutrinário das igrejas, os católicos enfatizam
mais a importância das obras e a punição dos pecados, já os evangélicos focam a
salvação pela graça, a qual não pode ser alcançada apenas com obras. Todavia,
os fiéis católicos internalizam mais os ensinamentos rigorosos sobre o
suicídio, que na religião cristã, é um pecado. Já a terceira hipótese está
relacionada à tradição católica da confissão, prática não realizada pelos
evangélicos.
O estudo dos
professores Becker e Woessmann, intitulado “Batendo na Porta do Céu? Protestantismo
e Suicídio”, será publicado em breve por uma revista acadêmica.
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