Uma
mulher afegã que foi estuprada pelo cunhado, foi condenada a doze anos de
prisão. Segundo as leis afegãs, uma mulher estuprada por um homem casado tem
direito a decidir se cumpre a pena ou se opta por casar com o estuprador, a fim
de recuperar sua honra. O mesmo vale para os casos de adultério.
Gulnaz,
de 21 anos, estava só em casa quando seu cunhado chegou do trabalho e a
violentou. “Ele estava com roupas nojentas, porque trabalha na construção
civil. Quando minha mãe saiu, ele foi até a minha casa e fechou as portas e as
janelas. Eu comecei a gritar, mas ele me calou, tapando minha boca com as
mãos”, relata a afegã.
Porém,
com medo de represálias do cunhado e das consequências legais perante as
autoridades afegãs, a jovem, então com 19 anos, resolveu ficar em silêncio, até
que descobriu a gravidez e foi obrigada a revelar o ocorrido.
Ela
e o cunhado foram condenados por adultério, mas para fugir da prisão e poder
cuidar da filha, fruto do estupro, Gulnaz aceitou juntar-se ao cunhado, agora,
marido. O casamento proporciona que a filha e a mulher sejam aceitas pela
sociedade.
O
Tribunal em que o caso tramita, na cidade de Cabul, capital do Afeganistão,
aceitou somente fazer uma redução da pena de Gulnaz, sob a alegação de que a
mulher “demorou demais” a registrar a queixa de estupro, segundo a CNN.
Segundo
o Pavablog, Rahmatullah Nazari, porta-voz do Procurador Geral de Cabul, afirmou
que informações levantadas durante a investigação mostram que a relação foi
consensual, e que a condenação se deu por adultério. “Gulnaz alega que foi
estuprada, mas devido ao fato de que ela reportou o crime somente quatro meses
depois, não conseguimos encontrar nenhuma evidência do ataque”, ponderou o
porta-voz. (Gospel+)
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