Ludmila Lins Grilo foi julgada pelo Conselho Nacional de Justiça, que apontou uma série de comportamentos considerados reprováveis. Ela ficou conhecida por incentivar a aglomeração durante a pandemia de covid-19
A juíza Ludmila Lins Grilo, da vara de Infância e Juventude da comarca de Unaí, Minas Gerais, foi aposentada compulsoriamente do cargo, nesta quinta-feira (25/5). Conhecida por ser seguidora do escritor Olavo de Carvalho e por ter posicionamentos negacionistas, ela já havia sido afastada das funções em fevereiro, pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).A aposentadoria foi
publicada no Diário Oficial da União (DOU), com a justificativa de “interesse
público". O ato diz que a magistrada deixa o cargo com "proventos
proporcionais ao tempo de contribuição", sem especificar o valor exato que
será pago a ela. Segundo informações do portal da transparência do tribunal,
magistrados nessa categoria recebem salário de R$ 33.924,94.
No julgamento do CNJ,
foram apontados reiterados comportamentos considerados reprováveis pela Corte.
Entre os mais graves estão o excesso de faltas no trabalho presencial, a
disseminação de fake news, incitação de aglomeração durante a pandemia de
covid-19, além de ataque aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
A decisão do colegiado foi
unânime. À época também foi determinada a abertura de dois processos
administrativos contra a juíza. A primeira investigação interna vai apurar se
ela violou os deveres funcionais.
Juíza polêmica
Quando foi julgada pelo CNJ,
Ludmila Lins Grilo alegou, em sua defesa, que é vítima de um “assassinato de
reputação” e de um “estardalhaço midiático”. Ela disse que deixou o expediente
presencial e começou a fazer audiências a partir de cidades alternadas porque
passou a sofrer ameaças por conta da atuação na magistratura.
Grilo afirmou ainda que
“tanto o CNJ, quanto o TJ-MG mostraram absoluto desprezo e, no mínimo,
indiferença pela minha integridade física e pela minha vida”. “Lamentavelmente
o estado falhou e coube a mim mesma promover as medidas necessárias para
promover adequadamente a minha segurança”, declarou.
Relembre as polêmicas envolvendo
a juíza:
- Em
uma publicação das redes sociais, ela refere-se aos ministros do STF
Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso como “perseguidores-gerais da
República do Brasil;
- Respondeu
a uma publicação sobre atos antidemocráticos com críticas ao inquérito das
fake news: “ato autoritário é juiz abrir inquérito e figurar como vítima,
investigador e julgador ao mesmo tempo”;
- Post
criticando do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) de
cumprimento de busca e apreensão contra um candidato ao Senado pelo
estado;
- Em
outra publicação, ela chama o posto de juíza de “carguinho”;
- Acusou
os ministros do STF de “ativismo judicial” e sugeriu impeachment deles;
- Publicou
no Twitter: "A aglomeração de pessoas nas praias e festas do litoral
brasileiro".
- Divulgou
um vídeo de fogos de artifício vistos de uma praia com a frase "Feliz
Ano Novo!", seguido pela hashtag #AglomeraBrasil.
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