O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse nesta sexta-feira (12) que espera a implantação de um novo auxílio emergencial pelo governo federal já no mês de março, podendo durar até junho. O valor ainda não teria sido decidido.
A
declaração veio depois de reunião entre Pacheco, o presidente da Câmara dos
Deputados, Arthur Lira, e os ministros Paulo Guedes, da Economia, e Luiz
Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo. Além do auxílio, a conversa girou em
volta da vacinação contra a covid-19 e das reformas econômicas.
—
Externamos aos ministros o desejo e expectativa do Congresso em relação a este
momento. As prioridades absolutas são vacina e auxílio. Só deixarão de ser
prioridades quando a pandemia acabar — afirmou Pacheco.
Na
quinta-feira (11), questionado por senadores, o ministro da Saúde, Eduardo
Pazuello, prometeu que metade da população brasileira já estaria vacinada até junho.
Para Pacheco, a instalação da Comissão Mista de Orçamento nesta semana,
para votação do Orçamento de 2021, deve facilitar esse objetivo, abrindo
caminho para mais investimento na vacinação.
Para
viabilizar o auxílio, o presidente do Senado pretende inserir uma “cláusula de
calamidade” na proposta de emenda constitucional para o novo pacto federativo (PEC 188/2019). O dispositivo permitiria abrir
espaço fiscal e orçamentário para as despesas decorrentes do novo auxílio. Ele
quer ver a PEC aprovada no início de março.
— É fundamental que haja uma cláusula de calamidade pública para que tenhamos condições de fazer a flexibilização necessária para que haja o auxílio. Vamos trabalhar no decorrer do Carnaval e submeter a proposta ao Colégio de Líderes na quinta-feira [18] — explicou Pacheco, sem detalhar como funcionaria a cláusula.
Ajuste fiscal
Além
do novo Pacto Federativo, o Senado se comprometeu a encaminhar as PECs
emergencial (PEC 186/2019, que permite o corte de despesas
obrigatórias) e dos fundos constitucionais (PEC 187/2019, que desvincula recursos ligados a
fundos), enquanto a Câmara avança as reformas tributária (PEC 45/2019) e administrativa (PEC 32/2020). Segundo Pacheco e Lira, essa
demonstra que o Congresso “está fazendo a sua parte” para viabilizar as medidas
de combate à pandemia e aos seus efeitos.
—
Serão tratadas com a maior rapidez possível, com transparência adequada e com o
maior esforço, para que possamos perpassar este momento e dar garantia aos mais
vulneráveis e uma estabilidade econômica previsível ao Brasil. Faremos o que
estiver ao nosso alcance — afirmou Arthur Lira.
Lira
também disse que a Câmara trabalhará em cima de medidas legislativas para
facilitar o trâmite de vacinas na Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), mas não adiantou detalhes.
O
ministro Paulo Guedes avaliou a reunião como “extraordinariamente construtiva”
e assegurou o compromisso do governo com a saúde da população — na forma da
vacinação e do auxílio emergencial — e com a responsabilidade fiscal,
representada pelas reformas.
Fonte:
Agência Senado
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