O dia 21 setembro reforça a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do cuidado com o paciente da Doença de Alzheimer
O dia 21 de setembro marca o Dia Mundial da Doença de Alzheimer, que visa aumentar a conscientização sobre a demência e diminuir o estigma associado a essa condição. Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que provoca a diminuição das funções cognitivas e se agrava ao longo do tempo – a progressão da doença acarreta problemas como esquecimento de fatos mais antigos, desorientação no espaço e irritabilidade.
No mundo, estima-se que 50 milhões de pessoas sofram de demência. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a DA é responsável por 60% a 70% dos casos de demência1, representando perda de qualidade de vida para os pacientes e familiares. No Brasil, a expectativa é de que o cenário se torne ainda mais dramático, uma vez que, em 2060, o percentual da população com 65 anos ou mais ultrapassará os 58 milhões, segundo relatório do IBGE2. O número de pacientes diagnosticados com Alzheimer deve crescer em proporção semelhante.
O preconceito pode ser um obstáculo considerável no trato com os problemas relacionados à doença de Alzheimer e outras demências, incluindo os baixos índices de diagnóstico além da disponibilidade e utilização de serviços de saúde. "A ampliação do acesso aos tratamentos via Sistema Público de Saúde contribui para minimizar a progressão da doença, melhorando a qualidade de vida dos pacientes, familiares e cuidadores", comenta o presidente da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), o neurologista Rodrigo Rizek Schultz.
Entre as terapias medicamentosas para tratamento da Doença de Alzheimer disponíveis o SUS, estão: cápsulas, comprimidos e cápsulas de liberação prolongada. Há um ano, o Ministério da Saúde também disponibiliza o medicamento Rivastigmina em formato de adesivo transdérmico. Ele age inibindo uma enzima responsável por degradar a acetilcolina, um neurotransmissor essencial nos processos cognitivos, principalmente a memória3.
De acordo com a Constituição Federal, o Sistema Público de Saúde deve fornecer o acesso gratuito ao tratamento completo para a doença, envolvendo a medicação indicada. Para isso, o paciente deverá procurar seu médico para orientá-lo no processo de obtenção do medicamento. O Protocolo Clínico de Diretriz de Tratamento (PCDT) do Ministério da Saúde prevê que geriatras, neurologistas, psiquiatras ou qualquer médico especialista no tratamento de demências podem prescrever medicações para o tratamento de Alzheimer.
Referências:
1. Demência: número de pessoas afetadas triplicará nos próximos 30 anos; disponível em:https://www.paho.org/bra/ index.php?option=com_content& view=article&id=5560:demencia- numero-de-pessoas-afetadas- triplicara-nos-proximos-30- anos&Itemid=839 (acessado em junho de 2019)
2. Projeção da População 2018; disponível em https://agenciadenoticias. ibge.gov.br/agencia-sala-de- imprensa/2013-agencia-de- noticias/releases/21837- projecao-da-populacao-2018- numero-de-habitantes-do-pais- deve-parar-de-crescer-em-2047 (acessado em junho de 2019)
3. Bula do medicamento; disponível em http://www.anvisa.gov.br/ datavisa/fila_bula/ frmVisualizarBula.asp? pNuTransacao=23574372016& pIdAnexo=3933177 (acessado em junho de 2019)
4. World Health Organization. 2004 Global strategy on diet, physical activity and health. WHO Library Cataloguing-in-Publication Data.
4. World Health Organization. 2004 Global strategy on diet, physical activity and health. WHO Library Cataloguing-in-Publication Data.
5. Nettina SM. Manual of Nursing Practice 8ª edição, cap 9, pp 166-184.Lippincott Williams & Wilkins USA, 2006.
Fonte: dr. Rodrigo Schultz - neurologista e presidente da Associação Brasileira de Alzheimer
Nenhum comentário:
Postar um comentário