A ideia é que todos os 44 milhões de trabalhadores
formais do país entrem no sistema
Em audiência pública das comissões de Ciência e Tecnologia, e
Seguridade Social, realizada nesta quinta-feira (29), representantes de
empresas reclamaram que não estão preparados para cumprir os prazos de
implantação do sistema E-Social definidos pelo governo.
O E-Social pretende reunir todas as informações sobre a
movimentação do trabalhador em um sistema único, evitando que a empresa tenha
que usar canais diferentes para enviar dados para órgãos como Ministério do
Trabalho, INSS, Receita Federal e Caixa. O trabalhador também passaria a
fiscalizar apenas um cadastro.
Em 2015, o sistema entrou no ar para que os empregadores
domésticos pudessem registrar seus empregados pelas novas regras aprovadas pelo
Congresso. Mas a ideia é que todos os 44 milhões de trabalhadores formais do
país entrem no E-Social.
Este ano foram incluídas empresas com faturamento acima de R$ 78
milhões por ano. Ainda vão entrar pequenos empresários, setor público,
organizações internacionais e, por esse cronograma, a implantação estaria finalizada
em 2021.
Mas as empresas afirmam que o governo atrasou plataformas de
testes e que estão tendo dificuldades de adaptação. Elas contaram, por exemplo,
que o setor de segurança e saúde do trabalhador em algumas grandes empresas
ainda é documentado em papel. Também não haveria no sistema a possibilidade de
fazer registros parciais para serem completados mais tarde.
Rafael Ernesto, da Confederação Nacional da Indústria, disse que
as empresas esperam que o governo também seja ágil com o uso das informações
que receber:
“A partir do momento que uma empresa encaminha um afastamento de
um empregado, a empresa espera uma agilidade do agendamento da perícia médica
do INSS, uma agilidade na recepção das informações geradas nos laudos do INSS,
para que isso retorne para a empresa. Que a gente possa, dentro dos processos
administrativos de contestação, ter um processo ágil”, disse.
Benefícios
Silvia Moreno, do INSS, destacou que a reunião dos dados no E-Social vai facilitar a concessão de benefícios. Segundo ela, desde que as informações do E-Social sejam repassadas de forma correta pelo empregador e o sindicato, esse material será agrupado no CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais).
Silvia Moreno, do INSS, destacou que a reunião dos dados no E-Social vai facilitar a concessão de benefícios. Segundo ela, desde que as informações do E-Social sejam repassadas de forma correta pelo empregador e o sindicato, esse material será agrupado no CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais).
“Isso é um grande ganho. Ou seja, futuramente, talvez até num
futuro próximo, muitos benefícios serão concedidos automaticamente por conta do
E-Social”, afirmou.
O deputado Odorico
Monteiro (PSB-CE), vice-presidente da Comissão de Seguridade Social, cobrou do
governo mais sensibilidade para essas dificuldades das empresas.
Simplificação
Altemir Melo, da Receita Federal, disse que a ideia é simplificar ainda mais no futuro, criando um portal único para os tributos.
Altemir Melo, da Receita Federal, disse que a ideia é simplificar ainda mais no futuro, criando um portal único para os tributos.
“Passamos a ter na
base de dados da administração tributária, de forma digitalizada no padrão Sped
(Sistema Público de Escrituração Digital) todos os dados relativos a tributos
relacionados ao consumo, ao lucro das corporações, à movimentação financeira, à
contabilidade e, agora, das relações de trabalho. Ou seja, nós fechamos a forma
de captar os dados e nós vamos integrar todos estes módulos em uma ferramenta
muito semelhante ao E-Social; é o que se tem hoje em mente. E aí nós teremos
uma grande simplificação deste processo todo de cumprimento das obrigações
acessórias dos contribuintes perante o Fisco”, explicou.
A grande
preocupação agora é com as pequenas empresas. Alguns palestrantes afirmaram que
muitas não sabem nem o que é o E-Social e estão sendo alertadas por associações
de contadores. Os microempreendedores individuais devem começar a entrar no
sistema em janeiro.
Reportagem – Sílvia Mugnatto
Edição – Roberto Seabra
Edição – Roberto Seabra
Fonte: Câmara de Notícias
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