A eleição de Jair Bolsonaro para
presidente da República dominou os discursos nesta terça-feira (30) durante a
primeira sessão plenária da Câmara dos Deputados após o segundo turno.
Parlamentares que estiveram do lado contrário na campanha prometeram fiscalizar
a próxima gestão, enquanto os aliados defenderam reformas e a volta do
crescimento econômico.
O deputado Pauderney Avelino (DEM-AM)
disse que Jair Bolsonaro será capaz de fazer as reformas administrativa,
tributária e previdenciária que darão ao Brasil condições de voltar a crescer.
“A eleição do deputado Jair Bolsonaro rompe um ciclo que trouxe ao País o caos
da economia, o desemprego e a desordem. Precisamos trazer de volta a ordem e a
firmeza no trato das contas públicas”, disse ele.
As reformas também são prioridade
para o deputado Celso Maldaner (MDB-SC). “O que os brasileiros esperam é a
retomada do crescimento econômico e do desenvolvimento, além de mais segurança
nas ruas", declarou.
Colega de partido de Bolsonaro,
Carlos Manato (PSL-ES) disse que o resultado da eleição mostra que a população
se identificou com um projeto patriota e de respeito à Constituição. “Jair
Bolsonaro irá governar para todos os brasileiros e não apenas para os que o
elegeram”, afirmou.
Alberto Fraga (DEM-DF) também disse
que o próximo presidente da República vai governar com tom conciliador. “Todos
tenham a certeza de que o Bolsonaro vai surpreender através do diálogo, através
da compreensão, vai governar para todos os brasileiros. Vamos investir bastante
na área do agronegócio, trabalhar para manter a propriedade privada, como diz a
Constituição.”
Oposição
A líder da oposição, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), disse que os parlamentares contrários ao novo governo vão resistir a eventuais retrocessos e cobrou do presidente eleito o compromisso com a Constituição brasileira.
A líder da oposição, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), disse que os parlamentares contrários ao novo governo vão resistir a eventuais retrocessos e cobrou do presidente eleito o compromisso com a Constituição brasileira.
“O que nos cabe como parlamentares é
cobrar do presidente eleito que ele cumpra a Constituição, que tem artigos
muito valiosos: proibição à tortura e à prisão perpétua, pluralismo político,
função social da propriedade, respeito à liberdade de associação, de opinião e
de crença religiosa”, disse.
Na opinião de Arnaldo Jordy (PPS-PA),
a eleição de Bolsonaro não vai levar a uma ruptura institucional porque há
confiança nas instituições brasileiras, no Legislativo e no Judiciário. “Espero
que Bolsonaro cumpra as palavras ditas na sua primeira entrevista à televisão
sobre o respeito à Constituição, respeito à democracia e aos direitos e
liberdades individuais e coletivas conquistadas com muito suor e muito sangue
pela sociedade brasileira”, disse.
O deputado Jorge Solla (PT-BA)
criticou a possível votação da reforma da Previdência ainda neste ano, como foi
divulgado pela imprensa. “Já há conchavos para cargos da Mesa da Câmara dos
Deputados e cargos de ministérios, em troca de acabar com a aposentadoria do
trabalhador brasileiro. Não podemos baixar a guarda, estamos aqui na trincheira
de luta, de resistência”, afirmou.
O deputado Edmilson Rodrigues
(Psol-PA) disse que o partido vai cobrar a investigação, pelo Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), das denúncias de que empresários pagaram para a propagação de
notícias falsas na campanha de Bolsonaro. “Eu não desejo sorte. Se muitos foram
iludidos, eu não vou ajudar na ilusão das pessoas. Já estamos vendo os possíveis
ministros se digladiando”, afirmou.
Reportagem – Carol Siqueira
Edição – Pierre Triboli
Edição – Pierre Triboli
Fonte: Agência Câmara de Notícias
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