06 novembro 2015

ONU inicia uso de chips para identificar pessoas; Brasil apoia iniciativa e tem projeto semelhante

A crise imigratória de refugiados que desembarcam todos os dias na Europa abriu uma janela de oportunidade para a Organização das Nações Unidas (ONU) pôr em teste uma ideia há muito tempo estudada: a criação de uma identificação biométrica dos cidadãos.
A Plataforma Única de Serviços de Identidade (UISP, na sigla em inglês) integra um conjunto de metas da ONU chamado “Objetivos Globais”, assinado por todos os países membros da entidade, e prevê que cada nação implante cartões de identificação biométricos de todas as pessoas do planeta, incluindo crianças, até 2030. A base de dados que concentraria essas informações já foi construída em Genebra, na Suíça.
“O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) está avançando com os seus planos para usar a tecnologia biométrica para identificar e rastrear os refugiados, e selecionou um fornecedor para o projeto. Accenture, um fornecedor internacional de serviços de tecnologia, ganhou no concurso e irá supervisionar a implementação da tecnologia em um contrato de três anos”, diz texto no site da ONU.

No período do contrato, a empresa testará as soluções para a identificação biométrica dos refugiados, e posteriormente recomendará parâmetros para serem adotados em todo o planeta.
Segundo informações do site Prophecy News, o Sistema de Gestão de Identidades da Accenture (BIMS), armazenará dados como impressão facial, digital e da íris, que são características únicas de cada um dos 7 bilhões de habitantes do planeta. Com esses dados cadastrados, será possível até rastrear pessoas, caso preciso.
Discórdia
As ideias, apresentadas sempre do prisma da evolução da segurança, sugerem que com uma identificação única será possível evitar fraudes e facilitar a busca por pessoas desaparecidas e foragidas.
No entanto, no meio cristão, há a preocupação de que essa implantação de um cadastro único e centralizado seja um primeiro passo para o surgimento da chamada “marca da besta”, afinal, com todas as informações sobre todas as pessoas reunidas em um único local, será mais fácil implementar o controle que o anticristo terá sobre o mundo, como profetiza a Bíblia.
No Brasil, um projeto do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pretende reunir todos os dados do cidadão em um único documento, que seria de plástico, com foto digitalizada e um chip que reuniria o número de Registro Geral (RG), Cadastro de Pessoa Física (CPF), Título de Eleitor e Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Esse novo documento evitaria, por exemplo, que os cidadãos brasileiros pudessem, legalmente, tirar um RG em cada estado e mais um no Distrito Federal, o que somaria 27 identidades diferentes.
O projeto, que está pronto e já tem tecnologia escolhida, deverá ser votado em breve na Câmara dos Deputados. De acordo com informações do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, o presidente do TSE, ministro José Dias Toffoli, teria ligado recentemente para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB) para pedir que ele “leve diretamente ao plenário o relatório do projeto do Registro Civil Nacional”.


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