Sem consenso mínimo na comissão especial, a proposta de emenda à Constituição
poderá ser votada diretamente pelo Plenário da Câmara
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Da Agencia
Nacional de Notícias - O presidente da comissão especial da reforma política
(PEC 182/07), deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), informou, nesta quinta-feira (7),
que o relatório sobre a proposta deve ser votado até a próxima quinta-feira
(14), antes de expirar o prazo regimental.
Segundo Maia, os
parlamentares precisam alcançar um "consenso mínimo" sobre a
proposta, do contrário a matéria pode ir direto ao Plenário e o trabalho da
comissão ficará prejudicado.
Depois da
comissão, a PEC precisa ser votada pelo Plenário da Câmara em dois turnos. Para
ser aprovada, são necessários pelo menos 308 votos (3/5 dos deputados) em cada
uma das votações.
Reunião
extraordinária
Para cumprir a
meta, o relator Marcelo Castro (PMDB-PI), disse que vai apresentar o texto já
na próxima segunda-feira (11), em reunião extraordinária do colegiado. A ideia
é discutir o relatório antes de vencer o prazo regimental de 40 sessões do
Plenário para que a PEC seja votada na Câmara. Para tanto, ele se comprometeu a
telefonar pessoalmente para os deputados da comissão e fazer um balanço dos principais
pontos de convergência.
Segundo Marcelo
Castro, desde o início, a comissão firmou alguns pontos de consenso: o fim da
reeleição para cargos executivos; a coincidência das eleições a partir de 2022;
mandato de cinco anos para todos os cargos eletivos; e a janela da fidelidade.
Esta última medida impõe ao parlamentar a obrigação de estar vinculado ao
partido, no mínimo, até o último mês do final do mandato.
Financiamento
misto
O relator adiantou
que a maioria dos integrantes da comissão é favorável ao financiamento misto de
campanhas por recursos públicos e privados. Apesar disso, os deputados ainda se
dividem sobre como seriam aceitos os recursos privados. Uma parte defende a
contribuição tanto de pessoas físicas quanto de empresas, como é feito hoje; a
outra aceita apenas a contribuição de pessoas físicas.
Marcelo Castro
explica que, mesmo com a aprovação do financiamento privado por empresas, é
preciso fixar um novo limite: "Esse teto já existe hoje, mas existe em
valores percentuais, e aí tem uma diferença muito grande, fica muito díspar o
que uma empresa pode contribuir ou que outra empresa pode contribuir, porque 2%
do faturamento de uma empresa pode ser R$ 10 mil, mas podem ser por exemplo R$
100 milhões".
Distritão
Tão importante quanto o consenso sobre os temas da reforma é a negociação, segundo o petista Henrique Fontana (RS), que relatou a matéria na legislatura passada. Ele acredita que a maioria não deve impor a escolha pelo distritão, sob o risco de impedir a reforma. No "distritão" são considerados eleitos os candidatos mais votados em estados e municípios, independente do partido de filiação.
Tão importante quanto o consenso sobre os temas da reforma é a negociação, segundo o petista Henrique Fontana (RS), que relatou a matéria na legislatura passada. Ele acredita que a maioria não deve impor a escolha pelo distritão, sob o risco de impedir a reforma. No "distritão" são considerados eleitos os candidatos mais votados em estados e municípios, independente do partido de filiação.
"Se essa for
a escolha, com todo respeito porque é um direito de quem defende o 'distritão',
ela vai gerar um movimento de defesa de todos que querem o 'distritão', e nós
podemos inviabilizar a votação do sistema eleitoral, porque a manobra defensiva
é muito forte no Parlamento e é a mais fácil", observou.
Diferente do
‘distritão’, o sistema distrital misto combina o voto proporcional e o
majoritário. Os eleitores têm dois votos: um para candidatos no distrito e
outro para os partidos. Os votos no partido são computados em todo o estado ou
município, conforme o quociente eleitoral, que é o total de cadeiras divididas
pelo total de votos válidos. Já os votos no candidato elegem os mais votados em
cada distrito.
Reportagem – Emanuelle
Brasil
Edição – Newton Araújo
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