Candidata Marina Silva (tem preferencia de eleitor evangélico) |
A opinião dos evangélicos sobre as eleições
presidenciais deste ano ainda não está formada, apesar de a maior parte deste
público preferir Marina Silva (PSB) e ter receios quanto a candidata Dilma
Rousseff (PT).
O jornal O Estado de S. Paulo produziu uma reportagem
em que entrevistou fiéis de diversas denominações, e constatou que a indicação
de voto feita por pastores como Silas Malafaia e Marco Feliciano não é fator
decisivo para os eleitores.
“Eles deveriam se preocupar menos com o casamento
gay e mais com a saúde, porque o povo está morrendo no corredor do hospital lá
da minha região”, afirmou a fiel Maria de Souza, que trabalha como diarista e
frequenta a Assembleia de Deus no Brás, do Ministério de Madureira, em São
Paulo.
A insegurança sobre a política é uma das razões de
ainda não ter opinião formada sobre os candidatos: “Sempre fui petista, mas
estou arrependida. O Aécio não sei o que faz. A Marina… É, estava pensando em
votar nela, porque é evangélica, mas eu estou com tanta raiva de político, que
esse ano acho que não vou votar em ninguém, nem se o pastor pedir. Acho que
esse ano, nem se Deus mandar!”, disse Maria.
Na pesquisa do Datafolha divulgada ontem, 10 de
setembro, a candidata à reeleição Dilma Rousseff aparece com 36% das intenções
de voto, tecnicamente empatada com Marina Silva, que tem 33%. Aécio Neves
(PSDB) aparece com 15%.
Entre os evangélicos, Marina tem 43% das intenções
de voto, segundo o Estadão, à frente de Dilma. Num eventual segundo turno,
Marina Silva teria o dobro das intenções de voto de Dilma entre os fiéis
evangélicos. Em termos gerais, Marina tem 47%, contra 43% de Dilma, de acordo
com o Datafolha.
“Ser evangélico tem peso maior. Então, Marina seria
a minha candidata, mas como ela entrou na disputa agora, ainda estamos avaliando
propostas”, disse Luiz Roberto, 30 anos, montador de móveis e frequentador da
Igreja Universal do Reino de Deus.
Apesar de muitos fiéis demonstrarem independência
na escolha do voto, há também quem faça sua escolha a partir das orientações
dos pastores: “Para mim não faz diferença. Vou em quem o pastor mandar, porque
nesse meio político tem muita gente que quer atrapalhar o trabalho da igreja”,
disse Débora Silva, 28 anos, empregada doméstica e membro da Igreja do
Evangelho Quadrangular.
Para o cientista político Marco Antonio Carvalho,
professor da Fundação Getúlio Vargas, o eleitorado formado pelos fiéis
evangélicos podem decidir a eleição para presidente: “Em uma disputa tão
polarizada, e se considerarmos que eles têm um comportamento coeso, os
evangélicos podem decidir essa eleição”.
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