No primeiro turno, presidente tem 36%, contra 20% do tucano e 8% de Eduardo Campos
POR LEONARDO
GUANDELINE, JÚNIA GAMA E GERMANO OLIVEIRA
Datafolha faz levantamento de candidatos à Presidência - Arte O Globo |
SÃO PAULO E BRASÍLIA — Pesquisa
Datafolha divulgada nesta quinta-feira pela TV Globo e pela “Folha de S.
Paulo" mostra que a presidente Dilma Rousseff (PT) ainda lidera a disputa
com 36% das intenções de voto contra 20% de Aécio Neves (PSDB), mas, pela
primeira vez, a diferença dela para o tucano no segundo turno caiu para apenas
quatro pontos percentuais, a mais baixa do levantamento feito pelo instituto,
configurando empate técnico, já que a pesquisa tem margem de erro de 2 pontos
para mais ou para menos. Se a eleição do segundo turno fosse hoje entre Dilma e
Aécio, a petista teria 44% dos votos e o tucano teria 40%.
Na pesquisa anterior sobre o segundo
turno, realizada nos dias 1 e 2 de julho, Dilma tinha 46% contra 39% de Aécio,
com uma diferença de sete pontos. Na disputa de Dilma com Eduardo Campos (PSB),
a presidente teria agora 45% contra 38% do ex-governador de Pernambuco. Na
pesquisa anterior, Dilma tinha 48% e Campos, 35%.
Segundo a pesquisa Datafolha, que ouviu
5.377 pessoas nos dias 15 e 16 de julho, Dilma ainda lidera a disputa e teria
36% das intenções de voto, contra 20% de Aécio, 8% de Eduardo Campos (PSB) e 3%
do Pastor Everaldo. Os votos brancos e nulos eram 13% e os que não sabiam em
quem votar eram 14%. Dilma oscilou negativamente dois pontos, já que na
pesquisa realizada nos dias 1º e 2 de julho ela tinha 38% (contra 20% de Aécio
e 9% de Eduardo Campos). Na última pesquisa, feita nos dias 1º e 2 de julho,
Dilma tinha 38%, Aécio 20%, e Eduardo Campos 9%. Os brancos e nulos eram 13% e
não sabiam em quem votar eram 11%.
Juntos, todos os candidatos rivais de
Dilma somam 36%, mesmo percentual atribuído à petista, o que fortalece ainda
mais a expectativa de realização de segundo turno.
DESAPROVAÇÃO BATE RECORDE
Na medida em que o segundo turno fica
mais próximo, também aumenta a desaprovação ao governo da presidente Dilma: 29%
desaprovam a gestão da presidente petista. Na pesquisa realizada nos dias 1º e
2 de julho, Dilma era desaprovada por 26%, que disseram que seu governo era
ruim ou péssimo. O total de eleitores que classificam a administração como boa
ou ótima é de 32%, praticamente o mesmo percentual apurado em junho de 2013.
Naquela época, a taxa de aprovação à gestão da presidente despencou de 57% para
30%. Os que acham que o governo é regular somam 38%. A taxa de 29% de
desaprovação da gestão Dilma é a maior da série, desde março de 2011.
A taxa de rejeição da presidente Dilma
também subiu de 32% para 35%. Depois dela, o candidato mais rejeitado é o
Pastor Everaldo (PSC) com 18% de rejeição. Aécio oscilou de 16% para 17% e
Eduardo Campos manteve os 12% da pesquisa anterior.
O empate técnico entre a presidente
Dilma Rousseff e o senador Aécio Neves divulgado pelo Instituto Datafolha em
simulação de segundo turno está diretamente relacionado à queda na avaliação do
governo da presidente. Essa é a opinião do cientista político Fernando Antônio
de Azevedo, da Universidade Federal de São Carlos (UFScar). O professor ainda
acrescenta que, “pela primeira vez, a oposição vislumbra uma possibilidade
efetiva de ganhar as eleições deste ano”.
— Esse dado (empate técnico no segundo
turno) está relacionado com a avaliação do governo da presidente. O
ruim/péssimo está muito próximo do ótimo/bom, com número expressivo de
avaliação regular — avalia Azevedo.
A exemplo de Azevedo, o cientista
político Cláudio Couto, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), acredita que a
eleição deve ser muito disputada. Ele observa que, nas simulações de segundo
turno, os candidatos da oposição têm apresentado curvas ascendentes nas últimas
pesquisas, enquanto que Dilma registra o contrário. Couto salienta que a
avaliação positiva do governo da presidente tem caído após uma ligeira
recuperação e os índices estão próximos aos registrados após os protestos de
junho do ano passado.
— Há uma tendência de piora na
avaliação do governo. A melhora após queda em julho do ano passado foi
revertida. Houve uma piora com índices num patamar muito parecido com aquele
pós-manifestações. E a presidente volta a ter essa pior avaliação às vésperas
da disputa eleitoral — disse Couto.
Para ele, é “altamente improvável” que
a eleição seja vencida no primeiro turno.
LÍDER DO PT DISCORDA DE NÚMEROS
A assessoria da campanha da presidente
Dilma Rousseff informou que, como sempre, a candidata não comentaria pesquisas.
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), no entanto, disse não acreditar
nos números.
— Não assusta, nem surpreende, e não
acredito que isso corresponda a um dado de realidade. Mas não vou discutir com
pesquisa. No momento que começarmos a campanha propriamente dita, não tenho
dúvida de que vamos ganhar bem — afirmou Costa.
Aécio Neves comemorou o resultado:
— É mais uma pesquisa que aponta
claramente na direção de que teremos segundo turno. Quanto mais caminho pelo
Brasil, percebo que o sentimento de mudança é crescente e acredito que é o que
vai prevalecer. Cabe a nós cada vez mais apresentarmos nossas propostas e
discuti-las com a sociedade para que o Brasil faça sua escolha — disse o
tucano.
Em seu perfil no Twitter, ele deu a
disputa do segundo turno como garantida.
Coordenador-geral da campanha de Aécio, o senador José Agripino Maia (DEM) ressaltou que o dado mais relevantes contra a presidente Dilma foi a queda dos indicadores de avaliação de seu governo.
— Candidato de governo com avaliação
“bom e ótimo” igual a “ruim e péssimo” está morto. Eu nunca vi candidato de
governo com esse tipo de avaliação ganhar a eleição. Não é para tirar os pés do
chão nem comemorar, mas as chances da oposição são reais —afirmou Agripino
Maia.
A assessoria de Eduardo Campos
considera positivo resultado da pesquisa. Avalia que a sondagem mostra uma
continuidade na queda da Dilma e que a eleição caminha para o segundo turno
"com boa chance" de derrota da presidente Dilma e de vitória da
oposição.
Fonte: oglobo.globo.com
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