O pastor Everaldo Pereira,
aclamado candidato do Partido Social Cristão (PSC) à Presidência da República,
em convenção nacional realizada nesta manhã em São Paulo, afirmou que, como
cidadão brasileiro, governará para todos os brasileiros. "Vou trabalhar
para todos", disse, quando questionado sobre a força da bancada evangélica
no Congresso Nacional. Everaldo é pastor da igreja Assembleia de Deus e figura
nas pesquisas eleitorais com cerca de 3% a 4% das intenções de voto.
O candidato do PSC
discursou na plenária lotada da Assembleia Legislativa de São Paulo. A
organização estima que 5 mil militantes compareceram à convenção, entre os
presentes no auditório e os que ficaram do lado de fora do prédio.
Apesar de compor a base do
governo até o início deste ano, Everaldo adota o discurso da mudança.
"Hoje 74% dos brasileiros querem mudança e a nossa candidatura é a única
que pode oferecer essa mudança", afirmou durante seu pronunciamento.
Segundo o candidato, o partido fazia apenas parte da base parlamentar e votava
de acordo com o interesse dos brasileiros.
Everaldo bateu em pontos
comuns a qualquer campanha, como os problemas em saúde, educação e segurança
pública. "O combate ao crack virou uma lenda. No Brasil de hoje, a grande
maioria que paga impostos não tem acesso a um serviço de saúde de
qualidade", disse.
Everaldo reafirmou
discurso de defesa da família "como está na Constituição" e
posicionamento contrário ao aborto. "Defendo a vida desde a sua concepção
e defendo a família como está na Constituição brasileira", disse. Everaldo
disse ainda que a família brasileira deve ser respeitada e protegida e num País
onde "os valores tradicionais da nação brasileira sejam resgatados,
respeitando os direitos das minorias".
Marco Feliciano, deputado
federal do partido por São Paulo que presidiu a Comissão de Direitos Humanos,
no ano passado, criando polêmica sobre sua postura conservadora para temas como
direitos de minorias, não compareceu ao evento. "Até saudei ele. Para mim,
ele estava aí. Não prestei atenção", disse o pastor.
No campo político e
econômico, o candidato afirmou que fará uma reforma administrativa, com redução
dos ministérios para 20, reforma fiscal e um novo pacto federativo.
"Nossos prefeitos estão com o pires na mão, pedindo misericórdia para
fechar as contas", afirmou. Segundo Everaldo, o bolo da arrecadação deve
ser distribuído com mais justiça, priorizando municípios.
A renegociação da dívida
pública interna também é uma proposta do candidato pelo PSC, que afirma que o
Brasil paga 44% da arrecadação em serviços da dívida. Segundo ele, não haveria
quebra de contrato, apenas renegociação junto aos credores. "Em 1913 foi a
última renegociação da dívida interna", afirmou.
Everaldo citou ainda o
ex-presidente Itamar Franco como exemplo de diálogo entre partidos para o bem
do País. "Ele pegou o País numa situação difícil, chamou todas as forças
políticas e conseguiu, sem olhar para seu interesse pessoal, o interesse do seu
partido, mas olhando o interesse do Brasil, nos deixar estabilidade econômica e
eleger sucessor que nem era do seu partido", completou.
Fonte: Brasilpost
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