17 agosto 2012

“Consumidores não devem aceitar que bancos decidam por eles”, diz advogada Advogada da Euroconsumers foi uma das debatedoras do seminário da Proteste



Advogada belga Françoise Domont defende: organizações devem educar consumidores Leo Martins / Agência O Globo


RIO — As consequências do crescimento da oferta de crédito e os seus riscos foram tema dos debates ocorridos no seminário internacional promovido pela Proteste, terça-feira, em São Paulo. A advogada belga Françoise Domont, gerente de Informação Jurídica, Internacional, Econômica e Financeira da Euroconsumers - organização formada por grupos europeus que atuam na defesa do consumidor -, foi uma das debatedoras. Ela defende o direito dos consumidores ao acesso à informação sobre os produtos bancários para que possam fazer a melhor escolha sobre a aplicação do dinheiro que têm e contratação de empréstimos e financiamentos.


— As pessoas precisam ser educadas porque elas não conhecem os produtos financeiros. É claro que deveriam se interessar mais por isso e os bancos serem mais transparentes. Mas não é o bastante. Não é possível sonhar que os consumidores, de maneira geral, são realmente capazes de compreender a complexidade dos produtos bancários. Então, é papel das nossas organizações ajudá-los a compreender isso.

Para Françoise, organizações como a Proteste e Euroconsumers devem auxiliar os cidadãos a entender que existem diferenças entre os bancos e escolherem o mais adequado:

— Consumidores não devem aceitar que os bancos e os governos decidam o que é melhor para eles. Têm de fazer suas próprias escolhas.

Já o advogado, diretor da associação espanhola de consumidores OCU - que integra a Euroconsumers - e representante das entidades europeias no G-20, que também participou do seminário, defende junto a estes países uma regulamentação “robusta” que proteja os consumidores, como forma de evitar novas crises econômicas como a que assola a Europa.

— Se existissem leis mais duras sobre o empréstimo responsável na União Europeia, que é uma das nossas reivindicações, não teriam concedido hipotecas a pessoas que não podem pagá-las. Se evitaria não somente fazer com que algumas famílias acabassem na rua, mas também pôr em perigo todo o sistema financeiro mundial.

Fonte: Globo.com, em 14/08/2012

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