Nessa quarta-feira foi entregue no
Senado o anteprojeto do novo Código Penal. O texto foi proposto por uma
Comissão Especial de Juristas, criada através de uma proposta do senador Pedro
Taques (PDT/MT). A proposta agora aguarda aprovação da dos integrantes do
Senado, e tem entre seus pontos mais controversos o tratamento penal mais
flexível em relação ao aborto e ao usuário de drogas. Esses dois pontos do
projeto foram também os que mais suscitaram perguntas ao senador, e aos membros
da comissão.
- Vamos debater com coragem, como foi dito por várias autoridades. A
ideia é que possamos debater sem temor, ouvindo aqueles que são diferentes,
ouvindo com tolerância, vendo o outro os olhos do outro – respondeu Taques
sobre o tema.
O relator da Comissão, o procurador regional do Ministério Público Luiz
Carlos Gonçalves, afirmou que em relação ao texto sobre o aborto a proposta
mais flexível foi aprovada por unanimidade. De acordo com a Agência Senado, ele
afirmou ainda que temas de grande repercussão interna nem sempre corresponderam
aos que envolveram maiores debates dentro do próprio grupo de juristas.
- Enquanto alguns segmentos dizem que nossa proposta foi excessivamente
aberta, outros nos condenaram por manter o aborto como crime. Mas esse espaço
de crítica é bem vindo e temos certeza de que, com a colaboração de todos, que
os aperfeiçoamentos devem acontecer no Congresso – ressaltou o procurador.
O texto permite ainda o porte de drogas ilegais quando para uso próprio,
e admite o plantio de plantas entorpecentes em quantidade também para uso
pessoal
As discussões sobre a flexibilização de penas em caso de aborto motivou,
na última terça-feira (26), uma marcha Esplanada dos Ministérios. Os
manifestantes se reuniram para protestar contra o aborto e defender a aprovação
do Projeto de Lei 478/2007 do Estatuto do Nascituro.
Organizada pela organização não governamental (ONG) Movimento Nacional
da Cidadania pela Vida – Brasil Sem Aborto, a 5ª Marcha Nacional da Cidadania
pela Vida reuniu representantes da sociedade civil e representantes de várias
organizações religiosas.
- A vida é um direito universal, o primeiro e mais fundamental de todos
os Direitos Humanos. Em nosso país, a Constituição Federal diz que o direito à
vida é inviolável – declarou Jaime Ferreira Lopes, um dos fundadores da ONG.
A manifestação foi também apoiada pela Frente Parlamentar Evangélica, e
contou com o discurso do presidente da entidade, o Deputado João Campos
(PSDB/GO). De acordo com o site de Frente, participaram ainda da marcha o
assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, padre Rafael
Fornasier, o vice-presidente da Federação Espírita Brasileira, Antônio César
Perri, e o Pastor Elias Castilho, secretário-executivo da Frente Parlamentar
Evangélica no Congresso. Além dos membros da ONG e dos representantes
religiosos, a marcha contou ainda com a participação de médicos e
representantes de outras entidades civis.
Fonte: Gospel mais
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