Em sua análise, Aragão afirma que o pastor “Malafaia comprova
ser uma das personalidades mais influentes do país nos dias de hoje” e que o
líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo “pode ter um imenso potencial
eleitoral” por sua conduta: “Até mesmo pelo fato de que sua vida, pelo menos o
que se sabe dela, não envolve nenhum aspecto que entre em contradição com sua
pregação”.
Segundo o cientista político, as “afirmações [do pastor Silas
Malafaia] demonstram que ele é mais do que um pastor; é uma personalidade
política com sofisticação em suas articulações”, e que o fato de ele “dizer que
não é candidato a nada, torna-se mais forte ainda como potencial candidato a
tudo”.
De acordo com Aragão, Silas Malafaia possui grande audiência
também fora do meio evangélico, o que aumenta sua potencialidade política: “É
de considerar o fato de que Malafaia tem uma pregação que ultrapassa os
arraiais do mundo evangélico. E que tal pregação, fundada mais em valores do
que em religiosidade, pode levá-lo a adquirir uma situação política ainda mais
forte em seu segmento, e respeitável fora dele”, afirma o especialista.
O pastor Silas Malafaia comentou a avaliação do cientista
político Murillo de Aragão: “Tenho que rir”, afirmou em seu perfil no Twitter.
Confira abaixo a íntegra do artigo “Malafaia não é candidato a
nada e pode ser candidato a tudo”, do blog do Noblat:
Em uma boa entrevista à
Veja algumas semanas atrás, o pastor Silas Malafaia confirma ser uma pessoa
polêmica, mas de posições firmes e claras. Porém, afora as declarações
polêmicas, que fazem o prazer da imprensa e do leitor superficial, Malafaia diz
algumas coisas muito importantes na entrevista. Uma delas é o fato de acreditar
que os pastores podem ter papel político, sim.
Malafaia refuta a intenção
de o religioso ser jogado de lado no debate político. Defende que todos podem
fazer política, inclusive os religiosos. Vale destacar que ele usa o termo
“religiosos” ao invés de “pastores”.
Outra afirmação forte é a
de que nunca será candidato a nada. Mas diz que quer influenciar as pessoas e
que “não sataniza partido político nem candidaturas”.
Em suas pregações, Malafaia
embute muitas reflexões de natureza política, e não apenas no que tange a
questões como o aborto ou o homossexualismo. Suas afirmações demonstram que ele
é mais do que um pastor; é uma personalidade política com sofisticação em suas
articulações.
Com esse tipo de pregação,
Malafaia pode ter um imenso potencial eleitoral. Até mesmo pelo fato de que sua
vida, pelo menos o que se sabe dela, não envolve nenhum aspecto que entre em
contradição com sua pregação.
Com o destaque ganho na
seção Páginas Amarelas, Malafaia comprova ser uma das personalidades mais
influentes do país nos dias de hoje. E, ao usar essa sua influência para abdicar
da possibilidade de ser candidato, prepara-se para ser um poderoso cabo
eleitoral. Talvez o mais influente de todos para as eleições de 2014 dentro do
mundo evangélico.
Porém, ser candidato
presidencial, ou não, não é uma questão simples nem de natureza pessoal.
Malafaia, ao dizer que não é candidato a nada, torna-se mais forte ainda como
potencial candidato a tudo.
É evidente que uma
candidatura presidencial não nasce de uma hora para outra. Tem de amadurecer e
depender das circunstâncias políticas e econômicas.
Considerando que o
“lulismo” deve ter fôlego para mais uma eleição presidencial, pelo menos, o
quadro para 2018 ainda apresenta alguns lugares disponíveis. Em especial, no
espectro da “centro-direita” e da “direita”.
Outro ponto relevante é que
existe um potencial eleitoral entre os evangélicos que nunca foi adequadamente
explorado com a constituição de um partido. Um partido com base em princípios
do cristianismo que poderia ultrapassar os próprios limites dos evangélicos.
Por suas múltiplas denominações
e divisões, fica difícil acreditar que os evangélicos marchariam unidos ao
largo de preferências partidárias “seculares”.
Porém, podem servir de base
a uma agremiação partidária forte, assim como os metalúrgicos do ABC foram a
base original do PT, que há muito é um partido que aglutina trabalhadores,
profissionais liberais, empresários, líderes do terceiro setor, burocratas,
entre outros.
É de considerar o fato de
que Malafaia tem uma pregação que ultrapassa os arraiais do mundo evangélico. E
que tal pregação, fundada mais em valores do que em religiosidade, pode levá-lo
a adquirir uma situação política ainda mais forte em seu segmento, e
respeitável fora dele.
No mundo evangélico,
Malafaia não é o único protagonista. Waldemiro Santiago e Edir Macedo são seus
potenciais “concorrentes”. No entanto, Edir Macedo e seu PRB não conseguem
deixar de ser vistos como uma força da Igreja Universal, e não dos evangélicos
como um todo. Santiago ainda não tem uma estratégica política clara.
Sendo assim, nenhum dos
concorrentes de Malafaia tem um discurso tão forte e com tanto potencial
político no cenário de médio e longo prazos quanto o seu. E com capacidade de
articular uma candidatura e/ou um partido com base evangélica e alcance no
mundo católico que seja competitivo ao final da década.
Murillo de Aragão é
cientista político
Fonte: Gospel +
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