08 maio 2012

Onde estão as melhores oportunidades de emprego do país

Sete setores da economia brasileira, mais dinâmicos, concentram as vagas
 
BRASÍLIA- As melhores oportunidades de emprego estão concentradas em sete setores da economia brasileira, considerados os mais dinâmicos, inovadores e de alta tecnologia. Tem colocação praticamente garantida no mercado de trabalho quem se aventura nos ramos de informática, meio ambiente, biotecnologia, telecomunicações, aeroespacial, multimídia e eletrônica. Essas áreas têm incorporado um número significativo de ocupações, de acordo com a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), do Ministério do Trabalho — cadastro que reúne as 2.525 profissões exercidas pelos brasileiros.


Os grandes eventos que o Brasil vai sediar — Copa e Olimpíadas — geraram demanda por uma nova profissão, a de turismólogo (trabalhador bacharel em turismo) especializado em planejamento. A ocupação foi incluída no cadastro em janeiro. Já a mudança demográfica por que passa o país fez surgir a figura do cuidador de idosos, que entrou na lista do Ministério recentemente.

Estão em processo de inclusão na CBO, que é revisada a cada dois anos, as profissões de disc jockey (DJ); doula (acompanhante de parto e que ganhou importância com o incentivo aos partos naturais); auxiliar de cliente de banco (em caixas eletrônicos) e arteterapeuta, dentre outras.

Conforme o mercado vai demandando, novas ocupações são incluídas na CBO, explicam técnicos dos Ministério do Trabalho. A inclusão é importante porque a profissão passa a existir oficialmente, ganha um código e tem a descrição detalhada da atividade exercida pelo trabalhador. Esse código tem inúmeras aplicações: é informado na carteira de trabalho, na declaração de imposto de renda, no pedido de seguro-desemprego e utilizado nas estatísticas do governo.

Para o professor da Fipe-USP, Nelson Nozoe, a CBO procura refletir as mudanças do mercado de trabalho. Ele disse que, embora as profissões mais tradicionais (médico, engenheiro, dentista, advogado, economista, professor) continuem puxando a oferta e a demanda de mão de obra no país, há oportunidades em praticamente todos os segmentos, principalmente de profissionais que buscam especialização e estão constantemente se reciclando:

— Estar atualizado é uma condição para se manter no mercado de trabalho, no mesmo ramo.

De acordo com a CBO, algumas profissões estão perdendo espaço e tendo que se adaptar aos novos tempos. São exemplos os telefonistas, que atualmente executam outras atividades, além de fazer e receber ligações e os radiotelegrafistas, que estão sendo substituído pelos modernos meios de comunicação, mas ainda têm ocupação ativa nos quadros da Funai.

Outras profissões deixaram de existir, como é caso do remarcador de preços, muito demandado na época da inflação alta. O mesmo destino teve o coletor de fichas de telefone (que foram substituídas pelo cartão), o datilógrafo e futuramente é o o que acontecerá com o digitador.

Há também profissões que mudaram de nome, como é o caso do coveiro, que virou sepultador, em decorrência na forma de sepultamento nas grandes cidades (jazigos de gaveta); engenheiros de voo, que mudaram para a categoria de profissionais de navegação aérea; e cinegrafistas (captadores de imagem) e fotógrafos, que ganharam a qualificação de profissionais para não serem confundidos com os amadores do ramo.

Nas áreas mais promissoras, como a biotecnologia, ganharam destaque profissionais que exploram a genética (reprodução humana e animal e novos tratamentos de doenças). A engenharia mecânica juntou-se à eletrônica e fez surgir os mecatrônicos, profissionais com conhecimentos nas áreas de eletrônica, robótica, informática e sistemas de automação, porém com base de formação na mecânica. Estes têm emprego garantido nas indústrias automotiva, aeronáutica e siderúrgica.

Também são emergentes profissionais da área de informática (web designer) e de transportes (técnicos em transportes intermodais e especializados em administração de logística e distribuição de mercadorias).

Essa foi a área escolhida por João Paulo Monteiro, que entrou como caixa de supermercado da rede Pão de Açúcar com planos de subir na carreira. Está há dez na empresa, sendo que há seis responde pelo centro de distribuição de logística do grupo no Centro-Oeste. Conta que um tecnólogo, com dois anos de especialização, tem salário inicial de R$ 2 mil e rapidamente pode chegar a R$ 15 mil.

— No varejo, logística é tudo. É onde você consegue cortar custos e ganhar competitividade — disse.

Todas as ocupações ligadas ao ramo de serviços culturais e de comunicações também estão no auge, de acordo com a CBO.

Fonte: O Globo Online

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