15 março 2012

Internet agora vende mais roupa que livro


O brasileiro já compra mais roupas e acessórios do que livros e revistas na internet.
 
Dos 53,5 milhões de pedidos feitos no comércio eletrônico em 2011, 7% se destinavam ao setor de moda e acessórios, segundo o relatório WebShoppers, divulgado ontem pela consultoria e-bit.
O brasileiro passou a comprar mais roupas, calçados e artigos esportivos pela internet recentemente.
Há dois anos, o segmento era apenas o 26º colocado no ranking. Agora, ocupa o quinto lugar, passando o setor de livros e revistas.
  
Editoria de arte/Folhapress
O aumento na padronização de tamanho das roupas é um dos fatores que influem para a mudança, diz Pedro Guasti, diretor geral do e-bit. "Imagina comprar uma blusa M e chegar uma que, para você, é P."

Englobando os artigos esportivos, a categoria é bastante influenciada pelas mídias sociais, segundo Guasti. Algumas lojas criaram canais de venda no Facebook.

A categoria também ganhou força há três anos com a chegada de grandes lojas. Criada em 2011, a Daffiti é uma delas. No ano, o site teve 74 milhões de acessos.

São dois os trunfos do e-commerce de moda, diz Malte Huffmann, um dos fundadores da Daffit. Um deles é reunir grande volume de produtos em um só canal. O outro é levá-los pela web a locais em que as grifes não abririam lojas, como o Nordeste.

O setor já tem uma multinacional. Com receita de R$ 600 milhões em 2011, a Netshoes opera desde então na Argentina e México.

A categoria se mostra promissora. A empresa estima receita 60% maior em 2012, de R$ 1 bilhão. "O e-commerce não pode ser encarado como varejo tradicional", diz Roni Cunha Bueno, diretor de marketing da Netshoes.

AMADURECIMENTO

A maior procura por roupas denota o amadurecimento do e-commerce, diz Guasti. O gasto médio menor por compra é outro sinal disso.

Em 2011, esse valor ficou em R$ 350, menor que o de 2010, de R$ 373 --impulsionado pela venda de eletrodomésticos, como TVs, por conta da Copa. O tíquete médio deve voltar a cair em 2012, para R$ 340. A redução indica a confiança dos clientes no canal para comprar também produtos casuais como roupas e medicamentos.

Nos EUA, mercado considerado "adulto", o setor de moda girava US$ 18 bilhões em 2009. As vendas na web representavam 10% de todo o comércio da categoria.

No Brasil, a receita do e-commerce cresceu 26%, alcançando R$ 18,7 bilhões em 2011. A alta ficou abaixo dos 30% esperados, por causa da turbulência econômica global e da greve dos Correios. "O consumidor ficou assustado com essas crises", diz Guasti. Em 2012, a receita será 25% maior, estima o e-bit. Folha Online

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