26 março 2012

Entrevista com o Presidente do PPL/Sergipe, Messias Vieira


A Folha da Cidade News, visando as eleições desse ano está fazendo um levantamento para notificar os leitores e eleitores da importância de se conhecer o político e o partido. Vamos continuar fazendo outras entrevistas que realce o perfil do político para que nestas eleições possam o eleitor, ter uma base de quem é quem. Começamos então pelo presidente do PPL, um partido novo no Estado de Sergipe, e que poderá surpreender muitos políticos.

Folha da Cidade News – O Partido Pátria Livre (PPL), acaba de nascer, inclusive aqui em Sergipe. Qual é o aporte que o PPL pode trazer para Aracaju?
Messias Vieira – O PPL recebeu o registro agora em outubro, final do ano passado; mas já começamos com quadros que vieram de uma grande história de lutas nas décadas que vão do período ditatorial, aos desafios que a redemocratização levantaram. Aqui em Sergipe, temos atraído quadros do movimento sindical e comunitário, entre os estudantes, empresários e pretendemos debater com a sociedade idéias que tragam a mudança para nosso Estado. Aqui no Nordeste brasileiro, os problemas regionais estão dentro do contexto de necessidade de transformação nacional. Vamos começar a compor uma nova realidade, com lideranças novas e corajosas que querem sacudir a poeira, acabar com a acomodação e atuar no ritmo que a realidade do nosso povo exige.

Folha da Cidade News – Quais as contribuições que o PPL pode trazer?
Messias Vieira – Aqui em Sergipe, tanto nestas eleições como em pleitos anteriores, temos tido um debate ainda muito afastado dos problemas que a nossa realidade oferece e as metas têm estado muito aquém do potencial que o Brasil confere a cada uma das nossas capitais. Queremos contribuir primeiramente para que haja uma discussão mais qualificada e em segundo para despertar o interesse de toda a sociedade e fundamentar propostas inovadoras, a altura do desafio que Sergipe e Aracaju nos oferecem.
Folha da Cidade News – A atuação do PPL é de oposição à atual administração de Sergipe?
Messias Vieira – A atual do nosso partido é uma atuação de mudança. Não achamos que a solução pode vir nem do continuísmo, nem da volta a um passado que os Sergipanos já superaram. Não há uma área em que os habitantes desse Estado estejam satisfeitos, pode pesquisar. A construção de moradia é limitada, a urbanização dos bairros anda a passo de tartaruga, o trânsito nas áreas centrais das cidades é um caos, não há uma obra ou projeto que aponte para a modernização do transporte de massa. A característica da atual administração é o tratamento cosmético dos problemas e a conversa mole.
Nasci em Aracaju. Não acho que Aracaju está obrigada a presenciar a lerdeza como tônica da administração municipal, quero trabalhar para que nossa cidade mude, avance. Se desenvolva, mas não apenas para uma parcela previlegiada. É a juventude desassistida, do ponto de vista da educação, do esporte, do lazer que quero representar.
Nós precisamos de prefeitos que se envolva e encare os problemas, que mobilize as cidades. Nosso partido vai atrair todas as forças, todas as lideranças interessadas na mudança.

Folha da Cidade News – Fale sobre a moradia. O que a questão habitacional reflete com relação às condições do povo do Estado?
Messias Vieira – Não existe um programa de habitação popular. A construção de casas e a urbanização dos bairros populares é uma negação. O favelão no trecho que liga duas das principais cidades do Estado; Aracaju e Socorro, é um verdadeiro escândalo. Por que isso? A atuação das prefeituras busca viabilizar a construção de alto luxo. O lucro das grandes construtoras. As prefeituras agem como reféns. São elas que dão a diretriz dos planos diretores das cidades; é em torno delas que se investe o dinheiro do município. Os bairros pobres devem continuar precários para que, quando essas construtoras quiserem expandir os prédios para estas regiões, o solo esteja a custo baixo para assim elevar os seus lucros. Este é o segredo do pouco investimento em urbanização popular. Mas e o povo onde fica? Uma das prioridades é reduzir o déficit habitacional das cidades pela metade. Só o que o governo federal paga de juros dá pra construir 4 milhões de casas por ano (e o projeto do governo federal é construir a um ritmo de 500 mil casas por ano em todo o Brasil) vamos mobilizar a população, os sindicatos, a juventude e exigir que se pague menos do juro mais alto do mundo e se construa mais casas, mais escolas, modernize-se e amplie-se hospitais e ambulatórios. Praças, centros de cultura e convivência nos bairros, vamos viver um novo ritmo aqui na capital.

Folha da Cidade News – E a saúde pública?
Messias Vieira – Há poucos dias, os funcionários terceirizados do HUSE (repare, Hospital de Urgência!) pararam por que a empresa subcontratada, a Transurh deixou de pagar os salários desde o início do ano. Foi preciso que o Ministério Público interviesse para que o governo estadual fizesse o destrato com a empresa.
Mas a insatisfação não para por aí. Os enfermeiros que trabalham para a saúde no município também pararam e se manifestaram. Insatisfação com salários, falta de reconhecimento do valor da categoria, falta de um plano de cargos e salários. Com esse nível de descaso com os profissionais, como pode haver bom atendimento?

Folha da Cidade News – E os prejuízos trazidos pelas enchentes?
Messias Vieira – Chove um pouco mais e alaga tudo. Não há um projeto nem obras efetivas de drenagem e de saneamento das cidades. A saída das águas pluviais nos momentos de chuva forte sobrecarrega o fluxo dos rios e isso não é discutido, não é tratado, não é solucionado. Prevalece o Deus dará. Junta-se a isso a falta de tratamento dos esgotos que desembocam no rio Sergipe. Vamos levantar estas necessidades. Drenagem, tratamento do esgoto, destinação do lixo e reciclagem. Uma cidade das mais privilegiadas pela natureza em todo o maravilhoso Nordeste, Aracaju, não pode ser relegada a esse grau de abandono sem que se tome as providências urgentes e necessárias.

Folha da Cidade News – Uma mensagem final ao povo Sergipano?
Messias Vieira – Ao enfrentamento dos problemas concernentes à Educação, Saúde, Habitação, Saneamento, Transporte, junta-se o desafio de dinamização da economia local. Só o avanço do setor turístico não é suficiente para que a capital cumpra o papel de puxar o desenvolvimento do Estado. A industrialização tem que ser um fator inovador e transformador das nossas cidades. Tudo isso demanda investimento, mas o desenvolvimento também gera recursos para os órgãos públicos. Nosso papel é mobilizar a sociedade, protagonizar a ação discutindo com os parlamentares do município, do Estado e nossas bancadas federais para fazer com que os investimentos públicos tripliquem e ajudem no crescimento.
Chegou a hora de por fim ao abandono, ao marasmo e ao conformismo. Os problemas são para ser encarados e resolvidos e nós vamos resolver. Vamos mudar profundamente a situação na capital e no Estado. Essa é uma necessidade local, estadual e nacional; é para isso que fundamos o PPL e é esse papel que vamos cumprir

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