Folha da Cidade News – O Partido Pátria Livre (PPL), acaba de nascer, inclusive aqui em Sergipe. Qual é o
aporte que o PPL pode trazer para Aracaju?
Messias Vieira – O PPL recebeu o registro agora em outubro,
final do ano passado; mas já começamos com quadros que vieram de uma grande
história de lutas nas décadas que vão do período ditatorial, aos desafios que a
redemocratização levantaram. Aqui em Sergipe, temos atraído quadros do
movimento sindical e comunitário, entre os estudantes, empresários e pretendemos
debater com a sociedade idéias que tragam a mudança para nosso Estado. Aqui no
Nordeste brasileiro, os problemas regionais estão dentro do contexto de
necessidade de transformação nacional. Vamos começar a compor uma nova
realidade, com lideranças novas e corajosas que querem sacudir a poeira, acabar
com a acomodação e atuar no ritmo que a realidade do nosso povo exige.
Folha da Cidade News – Quais as contribuições que o PPL pode
trazer?
Messias
Vieira – Aqui em Sergipe, tanto nestas eleições como em pleitos anteriores,
temos tido um debate ainda muito afastado dos problemas que a nossa realidade
oferece e as metas têm estado muito aquém do potencial que o Brasil confere a
cada uma das nossas capitais. Queremos contribuir primeiramente para que haja
uma discussão mais qualificada e em segundo para despertar o interesse de toda
a sociedade e fundamentar propostas inovadoras, a altura do desafio que Sergipe
e Aracaju nos oferecem.
Messias Vieira – A atual do nosso partido é uma atuação de
mudança. Não achamos que a solução pode vir nem do continuísmo, nem da volta a
um passado que os Sergipanos já superaram. Não há uma área em que os habitantes
desse Estado estejam satisfeitos, pode pesquisar. A construção de moradia é
limitada, a urbanização dos bairros anda a passo de tartaruga, o trânsito nas
áreas centrais das cidades é um caos, não há uma obra ou projeto que aponte
para a modernização do transporte de massa. A característica da atual
administração é o tratamento cosmético dos problemas e a conversa mole.
Nasci em
Aracaju. Não acho que Aracaju está obrigada a presenciar a lerdeza como tônica
da administração municipal, quero trabalhar para que nossa cidade mude, avance.
Se desenvolva, mas não apenas para uma parcela previlegiada. É a juventude
desassistida, do ponto de vista da educação, do esporte, do lazer que quero
representar.
Nós
precisamos de prefeitos que se envolva e encare os problemas, que mobilize as
cidades. Nosso partido vai atrair todas as forças, todas as lideranças
interessadas na mudança.
Folha da Cidade News – Fale sobre a moradia. O que a questão habitacional reflete com
relação às condições do povo do Estado?
Messias Vieira – Não existe um programa de habitação popular. A
construção de casas e a urbanização dos bairros populares é uma negação. O
favelão no trecho que liga duas das principais cidades do Estado; Aracaju e
Socorro, é um verdadeiro escândalo. Por que isso? A atuação das prefeituras
busca viabilizar a construção de alto luxo. O lucro das grandes construtoras.
As prefeituras agem como reféns. São elas que dão a diretriz dos planos
diretores das cidades; é em torno delas que se investe o dinheiro do município.
Os bairros pobres devem continuar precários para que, quando essas construtoras
quiserem expandir os prédios para estas regiões, o solo esteja a custo baixo
para assim elevar os seus lucros. Este é o segredo do pouco investimento em
urbanização popular. Mas e o povo onde fica? Uma das prioridades é reduzir o
déficit habitacional das cidades pela metade. Só o que o governo federal paga
de juros dá pra construir 4 milhões de casas por ano (e o projeto do governo
federal é construir a um ritmo de 500 mil casas por ano em todo o Brasil) vamos
mobilizar a população, os sindicatos, a juventude e exigir que se pague menos
do juro mais alto do mundo e se construa mais casas, mais escolas, modernize-se
e amplie-se hospitais e ambulatórios. Praças, centros de cultura e convivência
nos bairros, vamos viver um novo ritmo aqui na capital.
Folha da Cidade News – E a saúde pública?
Messias Vieira – Há poucos dias, os funcionários
terceirizados do HUSE (repare, Hospital de Urgência!) pararam por que a empresa
subcontratada, a Transurh deixou de pagar os salários desde o início do ano.
Foi preciso que o Ministério Público interviesse para que o governo estadual
fizesse o destrato com a empresa.
Mas a
insatisfação não para por aí. Os enfermeiros que trabalham para a saúde no
município também pararam e se manifestaram. Insatisfação com salários, falta de
reconhecimento do valor da categoria, falta de um plano de cargos e salários.
Com esse nível de descaso com os profissionais, como pode haver bom
atendimento?
Folha da Cidade News – E os prejuízos trazidos pelas enchentes?
Messias Vieira – Chove
um pouco mais e alaga tudo. Não há um projeto nem obras efetivas de drenagem e
de saneamento das cidades. A saída das águas pluviais nos momentos de chuva
forte sobrecarrega o fluxo dos rios e isso não é discutido, não é tratado, não é
solucionado. Prevalece o Deus dará. Junta-se a isso a falta de tratamento dos
esgotos que desembocam no rio Sergipe. Vamos levantar estas necessidades.
Drenagem, tratamento do esgoto, destinação do lixo e reciclagem. Uma cidade das
mais privilegiadas pela natureza em todo o maravilhoso Nordeste, Aracaju, não
pode ser relegada a esse grau de abandono sem que se tome as providências
urgentes e necessárias.
Folha da Cidade News – Uma mensagem final ao povo Sergipano?
Messias Vieira – Ao enfrentamento dos problemas concernentes
à Educação, Saúde, Habitação, Saneamento, Transporte, junta-se o desafio de
dinamização da economia local. Só o avanço do setor turístico não é suficiente
para que a capital cumpra o papel de puxar o desenvolvimento do Estado. A
industrialização tem que ser um fator inovador e transformador das nossas
cidades. Tudo isso demanda investimento, mas o desenvolvimento também gera
recursos para os órgãos públicos. Nosso papel é mobilizar a sociedade,
protagonizar a ação discutindo com os parlamentares do município, do Estado e
nossas bancadas federais para fazer com que os investimentos públicos
tripliquem e ajudem no crescimento.
Chegou a
hora de por fim ao abandono, ao marasmo e ao conformismo. Os problemas são para
ser encarados e resolvidos e nós vamos resolver. Vamos mudar profundamente a
situação na capital e no Estado. Essa é uma necessidade local, estadual e
nacional; é para isso que fundamos o PPL e é esse papel que vamos cumprir
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