A
presidente Dilma Rousseff recebe um grupo de 28 empresários brasileiros no
Palácio do Planalto.
Brasília, 22 mar (EFE).- A presidente Dilma Rousseff se comprometeu
nesta quinta-feira diante de 28 dos maiores empresários do país a oferecer
novos incentivos, como a redução dos custos trabalhistas e dos juros sobre os
créditos oficiais, para garantir o aumento dos investimentos privados.
O encontro entre a chefe de Estado e os
presidentes das maiores empresas do Brasil resultou em um compromisso de ambas
partes para aumentar os investimentos e acelerar o crescimento da economia,
segundo resumiu o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em entrevista coletiva.
De acordo com o ministro, para incentivar as
empresas a investir o governo estenderá a vários setores da indústria as
diminuições nos custos trabalhistas que foram concedidos a alguns ramos com
dificuldades em razão da crise econômica global.
Esse incentivo, que beneficia especialmente
às empresas que demandam elevada mão de obra, pode ser estendido inicialmente a
dez setores com os quais já é negociada a redução, segundo Mantega.
"Estamos abertos a negociar com qualquer
setor industrial que deseje uma redução dos custos. Estamos preparando várias
medidas para ampliar os benefícios e reduzir o custo da mão-de-obra sem
prejudicar os trabalhadores", afirmou.
"O governo vai criar ainda mais
facilidades para reduzir o custo dos investimentos. Vamos reduzir os impostos
sobre os investimentos e sobre os custos trabalhistas", declarou o
ministro.
Mantega acrescentou que o governo também
reduzirá as taxas de juros sobre os créditos solicitados pelas empresas nos
bancos estatais para aumentar seus investimentos e qualquer outra barreira que
dificulte o investimento.
Na reunião, da qual participaram os
presidentes dos maiores bancos do país, o governo também se comprometeu a
estudar medidas que permitam diminuir o custo do crédito no Brasil.
O ministro assegurou que, ao contrário de
alguns países que enfrentam a crise com medidas restritivas, o Brasil não
adotará políticas que possam reduzir o consumo e frear o crescimento econômico.
"O Brasil tem que ser competitivo, mas
da nossa maneira e não copiando os instrumentos que outros estão adotando. Não
tornaremos o país mais competitivo fazendo os trabalhadores passarem fome.
Alcançaremos a competitividade com o trabalhador ganhando mais, ampliando o
mercado consumidor, melhorando a demanda e estimulando os investimentos",
frisou.
O ministro disse ainda que alguns dos
empresários presentes na reunião expuseram projetos de investimento que somam
cerca de R$ 35 bilhões. "Percebemos que vários setores estão encorajados a
realizar grandes investimentos no Brasil", ressaltou.
O governo considera que o investimento
privado tem que aumentar para que o país possa alcançar o crescimento econômico
de 4,5% previsto para este ano.
Apesar de ter se consolidado como a sexta
maior economia do mundo, o Brasil cresceu no ano passado apenas 2,7%, bem
abaixo dos 7,5% de 2010.
Entre os empresários que participaram da
reunião com Dilma estava Eike Batista, classificado recentemente pela revista
"Forbes" como o segundo homem mais rico da América Latina.
Também estiveram no encontro os principais
executivos de grandes multinacionais como Vale, Embraer, AmBev, Marcopolo,
Coteminas, Camargo Corrêa, Odebrecht, Andrade Gutierrez e Companhia Siderúrgica
Nacional. EFE
Fonte: Notícias do Yahoo
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