Consumidores não conseguem pagar carros e inadimplência acelera 8,1%
A inadimplência das pessoas físicas subiu para 7,6% em janeiro. O número é 1,9%
superior ao do mesmo mês de 2010, enquanto a comparação com dezembro mostra
recuo de 0,2 ponto percentual. Os dados são do Banco Central.
A alta foi puxada pela inadimplência nos financiamentos de veículos, de 8,1%,
segundo o consultor econômico da Confederação Nacional do Comércio (CNC),
Carlos Thadeu de Freitas.
"Essa alta reflete financiamentos de 2010, mas o governo aposta na mesma
fórmula outra vez", alerta Freitas, acrescentando que os bancos vêm
aumentando seus spreads, apesar da queda na taxa básica (Selic). "Falta
competição no setor bancário. O consumidor é cativo, não é fácil mudar de
banco", prossegue, lembrando ainda que a inadimplência costuma crescer em
janeiro, devido à carga de impostos e despesas com educação.
No entanto, outras modalidades de crédito a pessoas físicas registraram taxas
ainda maiores. Na aquisição de outros bens (exceto automóveis), a taxa
correspondeu a 14% em janeiro, ante 13,9% em dezembro. Apesar disso, o
consultor da CNC aponta para a retração no volume de crédito, mesmo com o
afrouxamento da medidas de contenção aplicadas pelo governo no início de 2011.
O BC confirma a afirmação. O volume total de crédito caiu pela primeira vez em
três anos, já que as operações de crédito somaram R$ 2,026 trilhões em janeiro,
queda de 0,2% sobre dezembro.
Segundo o BC, foi a primeira vez desde fevereiro de 2009 que o volume de
crédito recuou sobre o mês anterior. Em relação ao PIB, o crédito caiu de 49,1%
em dezembro para 48,8% mês passado.
A indústria de transformação paulista seguiu o mesmo caminho: encolheu 5% em
janeiro, sobre o mesmo mês de 2011, sem ajuste sazonal. Ante dezembro, o
Indicador do Nível de Atividade caiu 0,8%. Segundo a Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo (Fiesp), em janeiro de 2011 a queda fora menos intensa
(-0,3%). Fonte: Monitormercantil.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário