Os parlamentares evangélicos estão preparando uma
marcha pela vida em Brasília e uma ação contra o ministro Gilberto Carvalho,
tratado como inimigo após suas declarações sobre uma necessidade, no entender
dele, de o governo travar uma disputa ideológica contra os evangélicos.
O descontentamento ficou claro nas declarações do
senador Magno Malta, que afirmou não mais aceitar o ministro como interlocutor
da presidente nos assuntos a serem tratados com a bancada evangélica no
Congresso Nacional. “Somos gente boa só no processo eleitoral? Queremos uma
agenda oficial com a presidente Dilma para que nos escute, porque este não deve
ser o comportamento de um ministro”, afirmou o senador, segundo informações do
jornal Folha de S. Paulo.
Mesmo com a divulgação de uma nota por parte do
ministro Gilberto Carvalho, em que afirmou ter sido mal interpretado e que
gostaria de uma parceria do governo com as igrejas, a insatisfação dos
evangélicos permaneceu a mesma, e agora, o Palácio do Planalto busca agendar
uma reunião entre os parlamentares evangélicos, que ajudaram a eleger a
presidente, e o ministro, para que a situação fique esclarecida, de acordo com
o jornal “O Estado de S. Paulo”.
Porém, em discurso na tribuna do senado, Magno Malta
afirmou que nenhum parlamentar da Frente Evangélica, seja deputado ou senador,
irá ao encontro: “Ele que venha aqui. Essa história da cadeira alta e do salto…
Desça, rapazinho, daí. Se quiser falar, é aqui”, esbravejou o senador,
referindo-se ao ministro Carvalho.
Depois de uma reunião entre o deputado federal João
Campos, presidente da Frente Parlamentar Evangélica, e o senador Magno Malta,
ficou decidido que entregarão um documento à presidente Dilma Rousseff
lembrando-a de seu compromisso assumido em campanha de que durante seu governo,
o tema aborto permaneceria como é tratado pela atual legislação.
A Frente Parlamentar Evangélica recuou e irá
receber hoje, 15/02, o ministro Gilberto Carvalho para ouvi-lo a respeito da
polêmica instalada entre governo e evangélicos. “Não somos conservadores, pelo
contrário, o cristão é flexível, pois sabe perdoar. Continuou com minhas
convicções e não altero uma palavra no que já falei, porém, vamos receber o
Ministro como servos de Deus, como homens de boa vontade e representantes de
uma sociedade que não aceita mudanças de costumes sem um debate maduro e
consistente. Volto a reafirmar os evangélicos do Brasil não precisam de
interlocutores”, frisou o senador Malta.
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