Ex-petista declara apoio a Serra e diz que PT relativizar aborto é 'maluquice'
Suspenso do PT, em 2009, por militar radicalmente contra o aborto e ir de encontro a uma resolução do congresso nacional do partido de 2007, o deputado federal Luiz Bassuma (agora no PV) diz que foi punido pela "unanimidade" do partido, e que a intenção de relativizar a posição do PT com relação ao tema, hoje, é "maluquice". Junto com Bassuma, foi punido pela mesma defesa "pró-vida" o deputado Henrique Afonso (PV).
Bassuma afirma que a candidata Dilma Rousseff (PT) demonstra uma "mudança eleitoreira" e diz apoiar o candidato José Serra (PSDB) no segundo turno.
FOLHA - Por que o sr. saiu do PT?
LUIZ BASSUMA - Só em 2007, o PT fecha questão a favor da descriminalização do aborto. Eu já tinha militância nessa questão há muito anos, é uma questão filosófica e religiosa na minha vida. E eu me neguei a cumprir essa resolução. O estatuto do PT diz: por questões filosóficas, religiosas, éticas e de foro íntimo, nenhum filiado poderá ser punido. O PT quis me enquadrar. O último governo quis legalizar o aborto duas vezes e não conseguiu, nós conseguimos impedir.
LUIZ BASSUMA - Só em 2007, o PT fecha questão a favor da descriminalização do aborto. Eu já tinha militância nessa questão há muito anos, é uma questão filosófica e religiosa na minha vida. E eu me neguei a cumprir essa resolução. O estatuto do PT diz: por questões filosóficas, religiosas, éticas e de foro íntimo, nenhum filiado poderá ser punido. O PT quis me enquadrar. O último governo quis legalizar o aborto duas vezes e não conseguiu, nós conseguimos impedir.
O sr. diz o governo Lula?
O Lula. Aí, em 2009, o PT resolve me punir com um ano de suspensão.
Isso porque o sr. era contra o aborto?
Se eu ficasse caladinho, poderia ter ficado no PT até hoje. Eles não queriam que eu liderasse o movimento. Era porque eu defendia a vida, era contra o aborto.
O PT demonstra estar revendo essa defesa. Como o sr. vê isso?
Eles me puniram por unanimidade, o diretório nacional todo, incluindo o José Eduardo [Cardozo, coordenador da campanha de Dilma], o atual presidente do PT [José Eduardo Dutra]. E Dilma era chefe da Casa Civil. Você acha que é brincadeira? O governo tinha interesse em aprovar isso [o aborto], tentou. Relativizar agora é uma maluquice.
E o sr. pensa em voltar ao PT?
E o sr. pensa em voltar ao PT?
Nunca, estou declarando apoio público ao Serra. O ideal seria a Marina [Silva, PV]. Não foi possível o melhor, tem que evitar o pior. E o pior para o Brasil é Dilma, por razões políticas e, no meu caso pessoal, por essa razão em defesa da vida.
O sr. acha que ela é a favor do aborto?
A vida dela toda, tem declarações dela no passado. A visão de mundo dela é essa. Se ela quiser mudar agora, vai ser uma mudança eleitoreira, para ganhar a eleição.
Fonte: Folha.com
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