Os bispos do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que reúne as 41 dioceses do Estado de São Paulo, vão rediscutir em assembleia, em Itaici, de sexta a domingo, a questão do aborto que vem dividindo os católicos na campanha eleitoral. O presidente do Regional Sul 1, d. Nelson Westrupp, bispo de Santo André, informou ontem, por intermédio de sua secretária, que desautorizou a divulgação de uma nota assinada por ele, em 26 de agosto, condenando o voto em candidatos favoráveis ao aborto. A nota tem a assinatura de mais dois bispos, d. Benedito Beni dos Santos e d. Airton José dos Santos, respectivamente vice-presidente e secretário-geral do Conselho Episcopal Regional Sul 1. D. Nelson esclarece que o apoio dado ao Apelo a todos os Brasileiros e Brasileiras, divulgado pela Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1, foi uma decisão tomada no primeiro turno das eleições que deve ser reavaliada. Cópias do texto estão sendo distribuídas em paróquias de São Paulo e outros Estados. D. Demétrio Valentini, de Jales, informou que, na véspera das eleições, padres de sua diocese foram procurados por pessoas que se apresentavam como militantes de movimentos católicos e pediam que cópias da nota do Regional Sul 1 fossem distribuídas nas igrejas. “Numa paróquia de Fernandópolis, essas pessoas diziam ser membros da Renovação Carismática de Votuporanga”, disse o bispo. Em carta do dia 12 dirigida aos colegas de episcopado, o bispo de Guarulhos, d. Luiz Gonzaga Bergonzini, justificou a orientação que deu a seus diocesanos para não votarem em Dilma Rousseff nem em qualquer candidato do PT, por serem a favor da legalização do aborto. No texto, o bispo se queixa de d. Demétrio e promete recorrer ao papa Bento XVI contra ele. D. Demétrio, segundo o bispo de Guarulhos, tem posição a favor de Lula e o atacou em entrevistas à imprensa. “Mantenho minha posição contra Dilma, porque ela já mudou de opinião três vezes e agora se faz de santinha para dizer que é contra o aborto”, disse d. Luiz Gonzaga. O bispo informou que, depois de ter enviado a carta ao episcopado paulista, só vai se manifestar no encontro se provocado.(Diário de Notícias 4789)
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