Veja um pouco dessa história...
O
município de Laranjeiras, a 18 quilômetros de Aracaju, é um dos poucos onde
ainda se pode ver a força da arquitetura colonial. Ruas, casarios, igrejas,
tudo respira a mais pura história. Laranjeiras já foi a mais importante cidade
sergipana. Berço da cultura, educação, política e da economia. Este município
só não se tornou a capital de Sergipe por conta de uma manobra política do
Barão de Maruim, que transferiu a sede de São Cristóvão para Aracaju.
Depois
que as tropas de Cristóvão de Barros arrasaram com as nações indígenas, por
volta de 1530, muitos ‘colonos’ acabaram se fixando às margens do Rio
Cotinguiba. Essas terras pertenciam à Freguesia de Socorro. Naquela região,
mais ou menos uma légua da sede, foi construído um pequeno porto e, por conta
das inúmeras e frondosas laranjeiras à beira do rio, moradores e viajantes
começaram a identificar o local como porto das laranjeiras.
A
movimentação pelo Rio Cotinguiba era intenso e, logo, o porto passou a ser
parada obrigatória. Em torno dele o comércio ganhava espaço, principalmente a
troca de escravos, e as primeiras residências eram construídas. Mas a partir de
1637, o pequeno povoado das Laranjeiras também sofreu com os ataques e depois
com o domínio holandês. Muitas casas foram destruídas, mas o porto, um ponto
estratégico, foi preservado. Só por volta de 1645 os holandeses deixam Sergipe.
O
porto das Laranjeiras fez retornar o progresso ao povoado que se reerguia com
grande velocidade depois da passagem dos holandeses. Em 1701, os padres
jesuítas construíram a primeira igreja com convento. Ela ficava à margem
esquerda do Riacho São Pedro, um pouco afastada do porto. Eles procuravam
sossego e deram nome ao lugar de ‘Retiro’. Os jesuítas fizeram uma outra igreja
num dos pontos mais altos do povoado. Em 1731, em cima de uma colina, os padres
ordenaram a construção da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Comandaroba,
uma verdadeira obra-prima da arquitetura colonial.
Por
conta da cana-de-açúcar, do coco, do gado, do comércio e, principalmente do
porto, o povoado das Laranjeiras tinha conseguido um nível extraordinário de
desenvolvimento. Até os moradores da sede da freguesia de Socorro, a quem
Laranjeiras pertencia, semanalmente iam fazer feira nas Laranjeiras. Só em 7 de
agosto de 1832, em decorrência da grande influência política dos proprietários
de terras e comerciantes, a Assembléia Geral da Província toma uma decisão
polêmica. Transforma o povoado em vila independente. E em vez de desmembrá-la
da freguesia de Socorro, os deputados anexaram o território de Nossa Senhora do
Socorro ao de Vila de Laranjeiras.
Os
socorrenses tentaram de todas as formas reagir, e em 19 de fevereiro de 1835,
Socorro é transformado em vila, sendo suas terras desmembradas das de
Laranjeiras, que foi reduzida à Freguesia do Sagrado Coração de Jesus das
Laranjeiras. No entanto, esse retrocesso não impediu que o progresso avançasse
e é justamente nesse momento que Laranjeiras começa a atingir seu mais alto
grau de desenvolvimento. Em 6 de fevereiro daquele ano é transformado em Distrito
de Paz, e em 11 de agosto de 1841 Laranjeiras passa a ser sede de comarca. O
primeiro juiz foi Manoel Felipe Monteiro.
Gentílico:
laranjeirense
Formação
Administrativa
Distrito
criado com a denominação de Laranjeiras, pela lei provincial de 06-02-1835.
Elevado à categoria de vila com a denominação de Laranjeiras, pelo decreto de
07- 08-1932. Sede na povoação de Laranjeira. Instalado em 04-02-1833.
Elevado
à condição de cidade com a denominação de Laranjeiras, pela lei provincial nº
209, de 05-05-1848.
Em
divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído do
distrito sede.
Assim
permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937.
No
quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, o município é constituído
do distrito sede.
Em
divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído do distrito
sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.
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